Com sua bela fachada com 143 metros de comprimento e localização central, do lado do Sena e pertinho da Notre-Dame, o imponente Hôtel de Ville é a sede da prefeitura de Paris, portanto, o lugar de trabalho da prefeita Anne Hidalgo, cujas funções olímpicas incluem um mergulho no rio Sena.
Durante a Olimpíada, a grande esplanada diante do prédio se transformou no Terraço dos Jogos, uma das fan zone mais procuradas pelos espectadores com apetite olímpico, mas sem ingresso.
E como era de se imaginar, o Hôtel de Ville também foi palco ao longo dos séculos de manifestações históricas. Uma delas está relacionada ao percurso da maratona dos Jogos Olímpicos, que acontece nos dias 10 (masculina) e 11 (feminina) de agosto.
Foi de lá que começou a Marcha das Mulheres a Versailles, em 5 de outubro de 1789, um dos eventos mais importantes da Revolução Francesa, quando milhares de mulheres, reclamando da fome e falta de alimento na capital, marcharam até o palácio real e forçaram o rei Luís 16 a voltar a Paris.
Depois da largada, na av. Victoria, os maratonistas vão percorrer ruas da região central e passar na frente da Opéra Garnier, a bela casa de ópera em estilo neobarroco. O lugar é a fonte de inspiração para "O Fantasma da Ópera", romance de Gaston Leroux com diversas adaptações para cinema e teatro.
A mais famosa é a da Broadway, assinada por Andrew Lloyd Webber, em cartaz desde 1986. O musical já ganhou versões em vários países, inclusive no Brasil. No cinema, a adaptação mais recente foi dirigida por Joel Schumacher, em 2004, com Gerard Butler no papel do fantasma.
Saindo do teatro, maratonistas vão correr diante de outro símbolo de Paris, a pirâmide do Museu do Louvre.
Não que o lar da "Mona Lisa" precise de alguma referência pop. Mas o Louvre, o pintor Leonardo da Vinci e o quadro são fartamente explorados em "O Código da Vinci", livro de Dan Brown adaptado por Ron Howard, com Tom Hanks e a francesa Audrey Tautou.
Infelizmente, o percurso não vai aproveitar a ideia de "Bando à Parte" (1964), de Jean-Luc Godard, com os protagonistas correndo pelos corredores do Louvre, entre as obras de arte. Seria olímpico.
Só após passar pela torre Eiffel e outros símbolos de Paris, às margens do Sena, é que a corrida sai da capital e ruma para Versailles.
Na volta, depois de passar novamente diante da torre —que nunca é demais—, os maratonistas encerram os 42.195 metros na Esplanada des Invalides, que já recebeu o tiro com arco.
Depois da maratona oficial, todo esse percurso poderá ser feito pelos corredores amadores à noite, na maratona Pour Tous. O trajeto terá também um percurso menor, de 10 km. Nem todo mundo é maratonista.
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