Descrição de chapéu Olimpíadas 2024

Veja manifestações políticas de atletas e torcedores nas Olimpíadas de Paris

Lista inclui atos contra Israel e regime do Talibã no Afeganistão

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São Paulo

A regra 50 da Carta Olímpica proíbe que atletas e outros tipos de participantes façam manifestações políticas nas competições, na Vila Olímpica, durante as entregas de medalha e as cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos.

Apesar disso, as Olimpíadas continuam a reunir protestos de atletas de diferentes nacionalidades.

Abaixo, algumas das manifestações registradas durante a edição de Paris-2024.

Boicote a Israel no judô

O judoca Dris Messaoud Redouane, da Argélia, foi desqualificado na pesagem antes das lutas em Paris.

Ele estava 400 g acima dos 73 kg que delimitam sua categoria. Redouane teria ganhado peso propositalmente para boicotar seu oponente, o israelense Tohar Butbul, que venceu a luta, na rodada classificatória, por WO.

A hipótese motivou a abertura de uma investigação pela FIJ (Federação Internacional de Judô), que pode punir o argelino caso comprove essa motivação. O Comitê Olímpico da Argélia não reconhece o Estado de Israel.

É a segunda vez que Butbul vence por WO em Olimpíadas. Em Tóquio-2020, outro judoca argelino, Fethi Nourine, desistiu de lutar contra o israelense.

Nourine teria que lutar contra o sudanês Mohamed Abdalrassoo, na primeira rodada de sua categoria, antes de ter pela frente Butbul na fase seguinte.

"Trabalhamos muito para nos classificar para os Jogos, mas a causa palestina é maior do que tudo isso", afirmou Nourine à televisão.

Pela desistência, o argelino foi suspenso por dez anos pela FIJ.

Israelense vence luta por WO nas oitavas de final do torneio masculino -73 kg - Luis Robayo/AFP

Vaias ao hino de Israel

Na partida entre Israel e Mali, pelo torneio masculino de futebol, o hino israelense foi vaiado no estádio Parque dos Príncipes, em Paris.

Nas arquibancadas, outros protestos foram registrados. Um grupo de torcedores vestia camisetas com letras que juntas formavam a frase "Free Palestine". Bandeiras palestinas também foram avistadas.

Os protestos continuaram em outras partidas. Em Israel x Paraguai, também pelo torneio masculino de futebol, faixa com os dizeres "Genocide Olympics" —Olimpíadas do Genocídio, em inglês— foi estendida na arquibancada.

Protestos contra Israel foram registrados em outras partidas, como Israel x Paraguai - Benoit Tessier/Reuters

Argelinos jogam rosas no Sena

A delegação argelina jogou flores no rio Sena durante o desfile de abertura em homenagem a manifestantes argelinos mortos pela polícia parisiense em 1961. Eles protestavam pela independência do país, ex-colônia da França. Os corpos foram jogados no rio.

A independência veio depois da Revolução Argelina, de 1954 a 962. Nesse período, os argelinos foram alvo de violência dentro do território francês.

Em 2021, Macron reconheceu o caso como um "crime imperdoável".

Até hoje, os argelinos forma uma das comunidades de imigrantes mais representativas da França.

Delegação argelina carrega flores durante a cerimônia de abertura das Olimpíadas de Paris-2024, no rio Sena - Annegret Hilse/AFP

Boxeadora denuncia violência no Congo

Depois de ser eliminada nas oitavas de final, a boxeadora Marcelat Sakobi, da República Democrática do Congo, fez um gesto político dentro do ringue.

Ela apontou dois dedos para as têmporas e cobriu a boca a com a outra mão.

Trata-se de um gesto já feito por outros atletas, como os jogadores de futebol Cédric Bakambu (congolês) e Ismaila Sarr (senegalês), para denunciar a violência armada no país, que vive guerras contínuas por disputas por minerais e impasses étnicos legados pela colonização belga entre os séculos 19 e 20.

O sinal também visa chamar a atenção da comunidade internacional para os problemas da região.

A boxeadora Marcelat Sakobi denuncia a violência no Congo com um gesto - Mohd Rasfan/AFP

Corredora manda mensagem a mulheres afegãs

A corredora Kimia Yousofi, 28, ficou na última posição de sua bateria nas classificatórias dos 100 m rasos.

Depois da prova, ela exibiu a mensagem "educação, esporte, nossos direitos", escrita em inglês no verso do seu número de identificação.

Yousofi fugiu do Afeganistão quando o Talibã retomou o poder e retirou direitos de mulheres e garotas.

Ela chegou a Paris dizendo querer representar os "sonhos e aspirações roubados" das mulheres do país. "É o suficiente. Dentro do Afeganistão, elas querem educação, elas querem o esporte", afirmou.

Kimia Yousofi carrega a placa com a mensagem: "Educação, esportes, nossos direitos". - Alina Smutko/Reuters
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