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saúde
27/10/2003
Governo admite manter publicidade de álcool

O governo federal recuou na proposta de proibir toda a propaganda de bebida alcoólica das 6h às 22h no rádio e na TV e irá propor que produtores de cerveja e vinho possam fazer "chamadas de patrocínio" no período.

"Estamos entendendo como uma concessão. Na posição pura da saúde pública, não haveria a propaganda", diz Pedro Gabriel Delgado, coordenador do grupo interministerial que discute novas regras para o álcool. "Mas é uma negociação que acho legítima."

A restrição das 6h às 22h fazia parte da proposta original do grupo, criado em junho. Um mês antes, após intensa pressão da indústria, o governo já havia decidido retirar de votação na Câmara uma emenda com o mesmo teor.

Apontava que a medida era apressada e poderia ser barrada na Justiça por falta de discussão suficiente. Além disso, temia prejuízo à área de publicidade, já que o setor movimenta cerca de R$ 600 milhões ao ano em anúncios.

Segundo Delgado, o Ministério da Saúde enviará ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, criador do grupo, proposta para adiar por mais 60 dias a apresentação de um projeto de lei para a área, prevista inicialmente para setembro. A criação de uma política pública para o álcool é a principal bandeira da saúde no governo Lula.

O grupo quer negociar mais com indústria, setor de propaganda, emissoras de TV e rádios para apresentar a nova proposta.

Ele diz que a proposta agora é permitir a cervejarias e produtores de vinho fazer chamadas curtas, informando só o patrocínio a um evento cultural e esportivo, por exemplo. Isso poderia ocorrer antes e durante o evento.

Produtores de destilados (vodca, cachaça), de maior teor alcoólico, não teriam direito às chamadas. A idéia é manter a regra atual, que já distingue os tipos de bebida quando o tema é propaganda: proíbe anúncios das de alta graduação alcoólica antes das 21h.

Estima-se que de 50% a 80% das vítimas de trânsito estavam alcoolizadas ou se feriram em acidentes nos quais o condutor estava embriagado. Pesquisa no Estado de São Paulo mostrou que o agressor estava bêbado em 52% dos casos de violência doméstica. E a OMS (Organização Mundial da Saúde) considera o álcool o principal fator de risco à saúde no país.

 

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