Jovem
trabalha em condições precárias e teme desemprego
Cristina
Mori
Equipe GD
O jovem brasileiro trabalha muito, ganha mal, atua na informalidade
e está preocupado com o desemprego. As constatações são da pesquisa
"Juventude: Cultura e Cidadania", realizada pela Fundação Perseu
Abramo, instituição ligada ao Partido dos Trabalhadores (PT).
Entre os entrevistados, jovens de 15 a 24 anos residentes em nove
capitais brasileiras, 36% estavam trabalhando e 42% procuravam emprego
em novembro do ano passado.
Dos que trabalhavam ou já haviam trabalhado, 32% cumpriam jornada
superior a oito horas por dia, 59% estavam em atividades informais
e 26% recebiam até um salário mínimo como remuneração (27% recebiam
entre um e dois salários mínimos).
De acordo com o professor de economia da Unicamp Márcio Pochmann,
a alta taxa de desemprego da atualidade é a grande responsável pela
precariedade da ocupação jovem. "Com o excedente de mão-de-obra,
os adultos passam a concorrer pelos postos que eram portas de entrada
para o jovem", afirma.
Nos anos 90, segundo Pochmann, o Brasil perdeu 3,2 milhões de postos
de trabalho, sendo que 2 milhões deles eram ocupados por pessoas
até 24 anos.
O desemprego é considerado o maior problema do Brasil na opinião
de 47% dos entrevistados. O emprego é também o tema de maior interesse
para o jovem (37% das respostas espontâneas), principalmente a falta
dele (29%). A educação aparece em segundo lugar, com 30%.
A preocupação procede. Segundo Pochmann, o excesso de mão-de-obra
levou os empregadores a concentrar as vagas para candidatos na faixa
que vai dos 24 aos 40 anos. As extremidades -mais jovens e mais
velhos - tendem a ficar marginalizadas no mercado de trabalho.
Leia mais:
- Pesquisa
"Juventude: Cultura e Cidadania" (Fundação Perseu Abramo)
- Desemprego piora
distribuição de renda e incha a PEA
- FHC
defende emprego para jovem
Mulher
jovem é mais discriminada
Cristina
Mori
Equipe GD
As condições de trabalho precárias são ainda piores para as mulheres
de 15 a 24 anos. De acordo com a pesquisa "Juventude: Cultura e
Cidadania", realizada pela Fundação Perseu Abramo, 47% delas estavam
à procura de emprego, contra 36% dos homens.
A remuneração feminina, como em todo o mercado de trabalho brasileiro,
também é menor: 32% delas recebiam até um salário mínimo, contra
21% dos homens. Estavam na faixa acima de dois salários mínimos
50% dos homens e 35% das mulheres.
Leia mais:
- Mulher conquista vagas, mas com salário
desigual
- "Igualdade salarial entre homem e mulher
virá com o tempo, diz ativista
|
|
|
Subir
|
|
|