Aumento
do emprego na indústria pode durar pouco, diz Faldini
Miguel Vieliczko
Equipe GD
O mês de março registrou o primeiro crescimento na taxa de emprego
industrial desde novembro de 99. O índice foi de 0,5%, em relação
a fevereiro, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
Para Roberto Faldini, diretor do departamento de pesquisas econômicas
da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a recuperação
vai durar pouco, caso o governo não faça a reforma tributária.
Os demais indicadores do trabalho no setor, apesar de não apresentarem
variações positivas, apontam uma recuperação progressiva nos últimos
meses. O índice acumulado no primeiro trimestre do ano, por exemplo,
aponta um decréscimo de 0,9% - resultado favorável se comparado
ao período de outubro-dezembro do ano anterior, quando a queda foi
de -4,1%.
Para Faldini, essa recuperação é fruto da mudança cambial do início
do ano passado.
"Depois da mudança, o setor industrial vem paulatinamente voltando
a ter competitividade, principalmente em relação aos produtos importados
e na área de exportação", diz. "A demanda por bens e serviços aumenta
e com ela a procura por mão-de-obra", explica.
No entanto, segundo ele, apesar de admitir a recuperação, o setor
produtivo continua insatisfeito. "Os juros, que eram de 50%, hoje
estão em torno dos 18%, mas as melhorias ainda estão longe do que
necessitamos", afirma. "O custo do dinheiro no Brasil ainda é muito
alto; e o aumento dos juros norte-americanos são, no mínimo, um
sinal amarelo", diz.
"O governo está reduzindo o déficit público às custas do setor produtivo.
As melhorias registradas na pesquisa serão efêmeras sem uma reforma
tributária", alerta.
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