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Dia 03.01.01

Bairro belezura

Para pôr em prática a idéia de parceria, mostrar a disposição de limpar a cidade e produzir um lance de marketing, a prefeita Marta Suplicy escolheu o estádio do Pacaembu, pichado por todos os lados.

É um lugar simbólico para dar o chute inicial da chamada "Operação Belezura", e não exatamente devido ao apelo popular do estádio, onde a prefeita promete, brocha em punho, liderar um mutirão.

É desenvolvido naquela região um esforço modelar contra a sujeira visual, coordenado pela Associação de Moradores do Pacaembu, Perdizes e Higienópolis (Amapph).

Apoiados pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (FAU), eles guerrearam contra inundação de anúncios na avenida Angélica - e venceram.

Com a ajuda do Ministério Público, conseguiram que outdoors e placas de até 30 metros quadrados fossem substituídos por anúncios menores, valorizando a fachada dos imóveis.

Mobilizaram também as escolas das redondezas e plantaram árvores; o tema da poluição foi para dentro da sala de aula.

Estimularam a coleta seletiva de lixo e, coordenados com entidades assistenciais, chamaram mendigos para reciclar o lixo e aumentar seu sustento; cada um deles ganha, em média, R$200. Obtiveram do Unibanco doações para montar no bairro uma usina de reciclagem, a ser implementada este ano.

A associação brigou (e mais uma vez venceu) para que a construção do shopping na avenida Higienópolis tomasse precauções e reduzisse o inevitável congestionamento. Havia a preocupação estética de que se erguesse um trambolho arquitetônico: decidiu-se, então, por um recuo que, se tirou espaço do comérico, preservou o charme da rua.

Na negociação com os responsáveis pelo shopping Pátio Higienópolis foi incluída uma espécie de cláusula social: melhorias na praça Buenos Aires.

Eles se comprometeram a reformar e conservar a praça. Seguiram, assim, o exemplo do BankBoston, que adotou a praça Vilaboim.

"O êxito dessas ações incentivou os moradores a fazer outras coisas para melhorar a cidade", afirma Ricardo Valente, da Amapph.

 

 
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