Bairro
belezura
Para pôr em prática
a idéia de parceria, mostrar a disposição de limpar a cidade
e produzir um lance de marketing, a prefeita Marta Suplicy escolheu o estádio
do Pacaembu, pichado por todos os lados.
É um lugar simbólico
para dar o chute inicial da chamada "Operação Belezura",
e não exatamente devido ao apelo popular do estádio, onde a prefeita
promete, brocha em punho, liderar um mutirão.
É desenvolvido naquela
região um esforço modelar contra a sujeira visual, coordenado pela
Associação de Moradores do Pacaembu, Perdizes e Higienópolis
(Amapph).
Apoiados pela Faculdade
de Arquitetura e Urbanismo da USP (FAU), eles guerrearam contra inundação
de anúncios na avenida Angélica - e venceram.
Com a ajuda do Ministério
Público, conseguiram que outdoors e placas de até 30 metros quadrados
fossem substituídos por anúncios menores, valorizando a fachada
dos imóveis.
Mobilizaram também
as escolas das redondezas e plantaram árvores; o tema da poluição
foi para dentro da sala de aula.
Estimularam a coleta seletiva
de lixo e, coordenados com entidades assistenciais, chamaram mendigos para reciclar
o lixo e aumentar seu sustento; cada um deles ganha, em média, R$200. Obtiveram
do Unibanco doações para montar no bairro uma usina de reciclagem,
a ser implementada este ano.
A associação
brigou (e mais uma vez venceu) para que a construção do shopping
na avenida Higienópolis tomasse precauções e reduzisse o
inevitável congestionamento. Havia a preocupação estética
de que se erguesse um trambolho arquitetônico: decidiu-se, então,
por um recuo que, se tirou espaço do comérico, preservou o charme
da rua.
Na negociação
com os responsáveis pelo shopping Pátio Higienópolis foi
incluída uma espécie de cláusula social: melhorias na praça
Buenos Aires.
Eles se comprometeram a
reformar e conservar a praça. Seguiram, assim, o exemplo do BankBoston,
que adotou a praça Vilaboim.
"O êxito dessas
ações incentivou os moradores a fazer outras coisas para melhorar
a cidade", afirma Ricardo Valente, da Amapph.
|
|
|
Subir
|
|
|