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A tecnologia da informação alterou o conceito de portador de deficiência. Na frente de um computador conectado à internet o ser humano ganhou novas poderes e uma nova dimensão de liberdade.
Por que, então, as empresas resistem em cumprir a lei, que obriga uma cota mínima para portadores de deficiência?
A resposta: ignorância.
Por que as empresas descumprem a lei e não abrem vagas para portadores de deficiência?
A resposta principal: ignorância. Ignorância que, se de um lado, perpetua a marginalidade de um grupo de cidadãos, de outro não aproveita mão-de-obra produtiva, capaz de gerar lucro.
Apenas um exemplo: um dos pontos mais importante na agenda no Reino Unido é a educação. E o ministro da Educação é simplesmente cego.
Há abundante testemunhos de profissionais de recursos sobre a garra, no trabalho, de um portador de deficiência. Até porque sabe que sua sobrevivência reside, em boa parte, na força de vontade.
Com as novas tecnologias de informação, o computador redefiniu o conceito de deficiência, ampliou os poderes dos seres humanos e favoreceu o trabalho intelectual.
Alguém preso a uma cadeira de rodas, por exemplo, com acesso a um computador conectado à internet, ganhou uma nova dimensão de liberdade.
O Ministério do Trabalho sinalizou, neste ano, que está disposto a valorizar a lei e começou a multar empresas _ entre elas, dois bancos.
Essas multas deram força a uma iniciativa, lançada em São Paulo, semana passada, capaz de ajudar a reverter a taxa de ignorância.
Convidados por uma empresa de recursos humanos (Gelre) e organismos não-governamentais , grandes empresas se mostraram sensíveis a desenvolver projetos para acolher e estimular a produtividade de portadores de deficiência.
A idéia é simples: abrem-se vagas, ao mesmo tempo em que se localizam e treinam os candidatos. Os departamentos de recursos humanos seriam ensinados a lidar com os portadores de deficiência, preparando o ambiente de trabalho.
Uma das mais notáveis entidade de educação para cegos, o Laramara, em São Paulo, começa construir um galpão exclusivamente para a profissionalização de portadores de deficiência, estilo Sesi e Senac.
Se o governo cumprir sua parte ( a multa) e a sociedade civil ajudar a treinar mão-de-obra e abrir as vagas, a taxa de incivilidade brasileira, altíssima, cai vários pontos.
PS- A Folha OnLine oferece, através da página da Cidade Escola Aprendiz, um banco online para o portador de deficiência encontrar emprego. O endereço é www.aprendiz.com.br/
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