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  12 de dezembro
  A privacidade de Everardo Maciel
 

O secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, afirma ser vítima de uma "guerra de contra-informação", numa ofensiva destinada a confundir a opinião pública.

Nessa ofensiva, ele se vê apresentado como um burocrata facistóide, prestes a invadir a privacidade dos cidadãos, ao tramar a flexilização do sigilo bancário, aprovada na Câmara dos Deputados.

Atacar a flexibilização, em sua opinião, não é defender o direito à intimidade, mas a chance de o sonegador proteger-se no sigilo bancário.

"O que é privacidade?", pergunta, defendendo a idéia de que obter dados sobre a movimentação bancária não é invasão de privacidade. Até porque, segundo ele, os detalhes desse fluxo são registrados no Banco Central ou pelos bancos privados; já são portanto, compartilhados.

" Curioso que as pessoas não se incomodam com o fato de os bancos terem todos os dados da movimentação, mas se incomodam com o acesso desses mesmos dados pela Receita Federal. Então, estão preocupados não é com a intimidade, mas com a descoberta de irregularidades", afirma

A proposta do governo, segundo ele, é ter apenas acesso ao que entra na conta."Não quero saber sobre os gastos do indivíduo. Não vou ver se ele gastou em motel ou na educação dos filhos. Apenas quero saber quanto entrou em sua conta e comparar com sua declaração de imposto de renda", afirma.

Graças ao CPMF (imposto descontado direto na conta), a Receita Federal montou um mapa de indícios de sonegação. O que ela defende é, primeiro, o direito de cruzar as informações: o CPMF e as declarações.

E, segundo, entrar nas contas sem autorização judicial, como rotina de averiguação de dados. "É impossível aguardar autorização judicial para 20 mil processos", diz. De acordo com Everardo, apesar de todos os avanços, a sonegação é generalizada, como demonstram os impostos nas contas bancárias.

" Estou sabendo que existem delitos, indicados com clareza pelo CPMF . E o que faço? Fico de braços cruzados?", pergunta, dizendo-se convencido de que vai sobressair a idéia de que nada tem de invasão de privacidade o banco fornecer a movimentação de seus clientes.



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