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  17 de maio
  O padre e o monstro
 
Se você está à caça de um ator predileto, dos bons, sua missão deve ter terminado na sexta (19/5), quando entrou em cartaz o excelente épico romano "O Gladiador", de Ridley "Blade Runner" Scott.
O nome do sujeito: Russell Crowe. Por culpa dele e do filme de Scott, fica fácil falar que o Oscar 2001 já começou e tem duas de suas estatuetas prontamente reservadas.
Crowe é um tipo de ator rock’n’roll. Neozelandês e fã de rúgbi, seu mau humor, cinismo e grossura nas entrevistas coletivas são de transformar rebeldes como os irmãos músicos do Oasis em duas madre Teresa de Calcutá.
Em cena, Crowe é também um "monstro", mas em um outro sentido. É filiado àquele seleto clube de atores que levam o espectador a atuar junto: se chora em cena, dá vontade de chorar na platéia. Quando ri, o público ri também.
Quem o viu fazendo o papel de um homem estressado e humilhado no filme "O Informante" sabe do que se trata. O personagem, que valeu a Russell a indicação ao Oscar de melhor ator, fez muita gente sair do cinema esgotado.
Em "O Gladiador", Russell Crowe não por acaso é o Maximus. Leal e destacado guerreiro do Império Romano, Maximus vai cair em desgraça por causa da traição armada pelo ganancioso filho do imperador.
Dá medo só de lembrar a cara de Crowe, mulher e filho assassinados, cumprindo a trajetória do herói a partir do ponto zero, no melhor estilo "Rocky, um Lutador".
Espécie de camaleão das telas, Russell Crowe largou a toga para interpretar um negociador de reféns em "Proof of Life", filme co-estrelado por ele e Meg Ryan, que estará nos cinemas em dezembro nos EUA.
Para 2001, o ator já tem compromisso firmado com Jodie Foster, que dirige "Flora Plum". Desta vez, Crowe vai estar na pele de um sujeito esquisito que faz shows bizarros. E lá vamos nós nos sentir esquisitos também.

***

Outro que está comendo o estrelato pelas beiradas em Hollywood, mas por uma via mais independente, é o ator, produtor e diretor Edward Norton, de apenas 31 anos. Norton é o cara que trocou murros com Brad Pitt no polêmico "Clube da Luta".
Com um punhado de bons filmes independentes no currículo ("Cartas na Mesa", "American History X"), ele resolveu tomar a máquina cinematográfica pelas mãos e torrou US$ 30 milhões para produzir, dirigir e estrelar a deliciosa comédia romantica "Tenha Fé" ("Keeping the Faith"), em cartaz desde o mês passado na América.
No filme, que em bilheterias já se pagou, o multitalentoso Norton faz o papel de um padre, melhor amigo de um rabino, os dois re-apaixonados por uma colega de infância.
E a carreira de "Tenha Fé" (leia a crítica) mal começou. Sem data para chegar ao Brasil, o filme começa a "turnê" pelos cinemas europeus só no mês que vem.
Edward Norton lá, Russell Crowe aqui, dois atores daqueles de fazer o ingresso de cinema valer o dinheiro gasto.


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