Nas
clássicas direitas de Honolua Bay, Maui, Havaí, foi decidido
segunda-feira o título mundial feminino de surfe. Enquanto
no masculino, desde a parada do hexacampeão Kelly Slater,
o título passou a ter efetivamente vários pretendentes, entre
as mulheres, após a saída da tetracampeã Lisa Andersen, a
categoria vive nova hegemonia.
Layne Beachley, 28, é quem comanda a cena. Com ampla vantagem
sobre as demais competidoras, a australiana chegou por antecipação
ao seu terceiro título mundial. Determinação talvez seja sua
principal característica, mas a que mais chama a atenção é
sua habilidade e familiaridade com as ondas grandes.
Restando uma prova, a brasileira Tita Tavares, 25, que não
foi a Maui, aparece em quarto lugar no ranking, muito próxima
da terceira colocada Serena Brooke, da Austrália. Em seu segundo
ano de WCT a cearense de origem humilde já está entre as melhores
do mundo, e ainda pode conquistar o título mundial no WQS,
que lidera, seguida por Jacqueline Silva.
No dia seguinte, terça-feira, no lado oeste da ilha de Oahu
uma grande surpresa para nós brasileiros. Nas direitas de
Makaha o carioca Pedro Henrique, 18, conquistou de forma brilhante
o título mundial na categoria junior.
Com um time havaiano forte, nomes experientes entre os australianos
(como Joel Parkinson - defensor do título), os norte-americanos
precisando se redimir do vexame no ISA Games, Pedro não era
visto como favorito nem mesmo entre os brasileiros.
Mas sua experiência, adquirida nas ondas de Saquarema, é que
prevaleceu. Com um back-side agressivo ele só foi ameaçado
na final pelo português Tiago Pires, 20, outra surpresa no
evento, e acabou como o melhor entre os 48 participantes.
Foi sua primeira viagem ao Havaí, e volta como campeão mundial.
A partir de domingo em Haleiwa, North Shore, as atenções se
voltam para a disputa do WQS, a divisão de acesso do surfe
mundial.
Restando duas provas de cinco e seis estrelas (2000 e 2500
pontos em disputa), muitas mudanças são esperadas no ranking.
Ainda assim, as chances do Brasil chegar ao seu quinto título
em nove edições da divisão, são grandes. Armando Daltro lidera
com folga sobre o também brasileiro Marcelo Nunes, segundo
colocado, e pode garantir o quarto título consecutivo para
o país.
Mas a briga do WQS só termina na prova seguinte em Sunset,
e envolve também os que lutam para estar entre os 15 melhores
que garantem vaga no WCT 2001. Até o momento, três brasileiros
já se garantiram por esse ranking, Marcelo Nunes, Paulo Moura
e Joca Jr.
Alem deles, Rodrigo Dornelles (14º), tem boas chances.
A lista final de 42 nomes para a temporada 2001 virá após
o Pipe Masters, última prova do WCT, cujo período de espera
termina em 20 de dezembro. Hoje 11 brasileiros figuram nessa
lista. Caso se mantenha, será o maior contingente nacional
da história no Tour.
Notas
SUPER
SURF
Cinco surfistas têm reais chances de chegar ao título brasileiro
que será decidido este fim-de-semana em Imbituba, SC, com
a previsão de ondas grandes.
WINDSURFE
Durante a realização do Dodge Wind Challenge, no qual Wilhelm
Schurmann e Renata Fuzetti sagraram-se campeões brasileiros
na Race, foi confirmado que em 2001, Búzios sediará uma etapa
do mundial (PWA).
MUNDIAL DE SKATE
Começa amanhã no Ginásio Mauro Pinheiro (Ibirapuera), SP,
a 16ª e última etapa do WCS. Na vertical o título já pertence
a Bob Burnquist, na street Carlos Andrade pode dobrar a festa
brasileira.
FEIRA
Começou ontem no Pavilhão da Bienal a segunda edição da Adventure
Sports Fair, que além da exposição terá clínicas, palestras
e debates com nomes consagrados do esporte.
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