|
A sede do público por boas notícias fez até o "Globo Esporte" divulgar a inédita liderança de Roberto Pupo Moreno na Indy após a corrida de Portland.
De fato, desde a temporada de 1994 não se via um piloto brasileiro à frente nesse campeonato _naquele ano, Emerson liderou durante as primeiras etapas.
O que impressiona, porém, é o decantado exército brasileiro ter levado absurdos cinco anos para conseguir fazer alguma coisa em um campeonato em que metade do grid está lá só para fazer dinheiro _para si, para o dono do time ou para um intermediário.
Uma vitória aqui outra ali, um desempenho razoável de Gil em 1997 e mais nada.
Tudo bem, os mais picaretas pereceram nesse período. Mas outros ainda persistem, apesar da absoluta falta de resultados.
Nesse universo, Moreno, o "operário do automobilismo", passa uma temporada substituindo com vigor pilotos acidentados e, após anos mambembe, obtém um contrato sério para correr.
Agora, chega à liderança sem possuir o melhor carro, mas correndo de forma consistente e frequentando a zona de pontos.
Pode até ser que Moreno seja desbancado por Gil de Ferran ou qualquer outro a partir de Cleveland. Mas seu trabalho neste início de temporada é um tapa nos coleguinhas que passaram anos sob contratos estáveis e em times com estrutura fazendo nada.
Gil, de novo, tem a chance de sair do lodo. Após todas as mudanças, a Penske já aparece como o time mais sólido do campeonato, o único com três vitórias.
Mais do que em outros campeonatos, a coisa, agora, parece depender mais dele do que do carro.
As sextas-feiras da F-1 estão cada vez mais chatas. E pioram ainda mais quando os testes coletivos organizados pela FIA acontecem apenas uma semana antes.
Para se ter uma idéia, David Coulthard deu nove voltas para obter o melhor tempo ontem.
Ou a FIA acata uma das sugestões de reabilitar os treinos de sexta _média ou soma de tempos com os resultados de sábado, para definir o grid_ ou a sexta vai acabar. Aliás, como deseja a própria entidade, para viabilizar um calendário de 20 corridas.
E se as sextas não empolgam na pista, a McLaren trata de movimentar o paddock com o anúncio de mais uma temporada da dupla Hakkinen/Coulthard.
Uma manobra, digamos, germânica da escuderia inglesa, que assim evita o falatório em torno de uma eventual transferência/aposentadoria do finlandês e mantém Coulthard obediente e de orelha em pé, alimentando a fantasia de que um dia poderá ser tratado como primeiro piloto.
Michael Schumacher pode fazer história amanhã, empatando em número de vitórias com Senna.
Para o alemão, uma "bobagem" estatística. Para o público, a certeza de que o muro de Imola privou a F-1 daquele que poderia ser o maior duelo de sua história.
Maior que Senna x Prost.
notas
Futebol
Em pleno solo francês, a Ferrari vai transformar seus caminhões em arquibancada logo após a corrida em Magny-Cours para permitir que os italianos da F-1 torçam pela TV para a "Azzurra" na final da Eurocopa-2000.
Faturando
Os irmãos Schumacher vão abrir um museu de mil metros quadrados com carros, troféus e badulaques do gênero em Kerpen, Alemanha, ao lado do kartódromo da família. Inaugura em outubro.
F-3000
Recuperado do acidente em Barcelona, Mário Haberfeld voltou bem ao campeonato. Vai largar em quinto, hoje, a melhor posição entre os pilotos brasileiros da categoria. O líder Bruno Junqueira, que passou os últimos dias na América conversando com Chip Ganassi, sai em nono.
E-mail: mariante@uol.com.br
Leia mais:
|
