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06/04/2007
-
10h30
do Enviado Especial da Folha de S.Paulo à Chapada Diamantina (BA)
Se seguisse o exemplo de um parque municipal, o Parque Nacional da Chapada Diamantina viveria dias melhores.
Criado em 1985 por pressão de ambientalistas e moradores contra o garimpo e a pecuária, o parque nacional ainda não vingou: os primeiros terrenos (dois deles, total até hoje) só foram desapropriados no ano passado. Não há nem plano de manejo, projeto que mapeia a unidade e estabelece diretrizes.
Em documento, o Ibama lista os problemas da área: "Garimpos artesanais, incêndios, caça e comercialização de plantas ornamentais e cristais".
Chefe do parque há dois anos, Alessandro Marcuzzi, 33, ressalva que as queimadas já afetaram mais de 5% da área do parque em alguns anos, mas em 2006 esse total foi de 1,7%. Sobre o plano de manejo, a previsão é de que fique pronto até o final deste ano.
É uma realidade contrastante com a do Parque Municipal de Mucugê, que sabe que recebeu exatos 13.186 visitantes em 2006 e tem e trilhas sinalizadas, estacionamento, centro de informações, laboratório, escritório, cozinha e alojamentos.
O garimpo, ali, se resume às peças do Museu Vivo do Garimpo. Antes de caminhar com os guias, aprende-se o que há de melhor no parque e o que é ou não permitido fazer. As trilhas foram delimitadas a partir de imagens de satélite.
Para oferecer tirolesa, rapel e rafting a partir do segundo semestre deste ano, estão sendo feitos estudos. O parque é monitorado 24 horas por dia (por guias com GPS, binóculos e rádios) e abre todos os dias. Há uma taxa de ingresso de R$ 5.
A principal riqueza é a sempre-viva, flor usada em buquês --e explorada irregularmente no parque nacional.
A intenção, no Parque Municipal de Mucugê, é explorá-la comercialmente. O gestor do parque, Euvaldo Ribeiro Júnior, 32, diz que a sempre-viva é muito valorizada em países como EUA e Japão e lembra que, como ela dura 50 anos, os buquês podem passar de avó para neta. Ele diz que já há 90% da tecnologia de cultivo necessária para viabilizar a comercialização da flor.
Júnior, que é filho de coletores de sempre-vivas (seu pai também foi garimpeiro) e está a frente de tantas iniciativas, não execra o Ibama: lembra que a área do parque nacional é muito maior (são 1.520 km2 contra 5,4 km2) e monitorada por menos funcionários (5 contra 13). Ele apenas lamenta que, além dessas desvantagens, o parque nacional seja "engessado, burocrático". "A gestão tem que ter certa autonomia", afirma.
Na Chapada Diamantina há ainda o Parque Estadual do Morro do Chapéu. Criado em 1998, tem 460 km2.
THIAGO MOMM viajou a convite do Portal Hotéis e das prefeituras de Lençóis e de Mucugê.
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Criado em 1985 por pressão de ambientalistas e moradores contra o garimpo e a pecuária, o parque nacional ainda não vingou: os primeiros terrenos (dois deles, total até hoje) só foram desapropriados no ano passado. Não há nem plano de manejo, projeto que mapeia a unidade e estabelece diretrizes.
Em documento, o Ibama lista os problemas da área: "Garimpos artesanais, incêndios, caça e comercialização de plantas ornamentais e cristais".
Chefe do parque há dois anos, Alessandro Marcuzzi, 33, ressalva que as queimadas já afetaram mais de 5% da área do parque em alguns anos, mas em 2006 esse total foi de 1,7%. Sobre o plano de manejo, a previsão é de que fique pronto até o final deste ano.
É uma realidade contrastante com a do Parque Municipal de Mucugê, que sabe que recebeu exatos 13.186 visitantes em 2006 e tem e trilhas sinalizadas, estacionamento, centro de informações, laboratório, escritório, cozinha e alojamentos.
O garimpo, ali, se resume às peças do Museu Vivo do Garimpo. Antes de caminhar com os guias, aprende-se o que há de melhor no parque e o que é ou não permitido fazer. As trilhas foram delimitadas a partir de imagens de satélite.
Para oferecer tirolesa, rapel e rafting a partir do segundo semestre deste ano, estão sendo feitos estudos. O parque é monitorado 24 horas por dia (por guias com GPS, binóculos e rádios) e abre todos os dias. Há uma taxa de ingresso de R$ 5.
A principal riqueza é a sempre-viva, flor usada em buquês --e explorada irregularmente no parque nacional.
A intenção, no Parque Municipal de Mucugê, é explorá-la comercialmente. O gestor do parque, Euvaldo Ribeiro Júnior, 32, diz que a sempre-viva é muito valorizada em países como EUA e Japão e lembra que, como ela dura 50 anos, os buquês podem passar de avó para neta. Ele diz que já há 90% da tecnologia de cultivo necessária para viabilizar a comercialização da flor.
Júnior, que é filho de coletores de sempre-vivas (seu pai também foi garimpeiro) e está a frente de tantas iniciativas, não execra o Ibama: lembra que a área do parque nacional é muito maior (são 1.520 km2 contra 5,4 km2) e monitorada por menos funcionários (5 contra 13). Ele apenas lamenta que, além dessas desvantagens, o parque nacional seja "engessado, burocrático". "A gestão tem que ter certa autonomia", afirma.
Na Chapada Diamantina há ainda o Parque Estadual do Morro do Chapéu. Criado em 1998, tem 460 km2.
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