Folhinha explica por que o dia 11 de setembro é importante até hoje

Duas décadas atrás, dois prédios em Nova York foram atingidos por aviões e desabaram

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São Paulo

Você ainda não tinha nascido 20 anos atrás, logo no comecinho do século 21. Mas pergunte aos seus pais, ou aos seus avós, ou à sua professora: “onde você estava na manhã do dia 11 de setembro de 2001?”, e aposto que eles vão se lembrar.

É que essa está longe de ser uma data qualquer. E os adultos costumam se lembrar de onde estavam, com quem e o que estavam fazendo quando ficam sabendo de uma notícia muito importante.

E o que aconteceu naquela manhã, entre 8h46 e 10h28 —um intervalo de pouco mais de uma hora e meia—​, foi uma coisa tão, mas tão chocante, que ninguém que já tinha nascido e tinha mais de uns 12 ou 13 anos na época consegue esquecer.

Eu, que tinha mais de 12 ou 13 anos, já era jornalista, morava em Nova York e vi quase tudo acontecer na minha frente. As imagens daquela manhã nunca vão sair da minha memória.

Explicando o 11 de setembro para crianças
Ilustração mostra os prédios que deixaram de existir naquela manhã de 20 anos atrás - Catarina Pignato

Você provavelmente também vai ver essas imagens, que vão passar na TV o dia inteiro hoje, como homenagem às pessoas e aos países que foram atingidos de alguma maneira pelos eventos daquele 11 de setembro em Nova York.

Nova York é a maior cidade dos Estados Unidos, onde acontecem mil coisas o tempo inteiro e sempre tem notícia. Por isso mesmo eu e meu marido, que também é jornalista, decidimos morar um tempo lá. Toda hora tem alguma coisa para fazer, ver, conhecer, testemunhar, escrever sobre.

Mas nada assim tão dramático. Os eventos de 11/9/2001 foram o pior acontecimento da história dessa cidade que é uma das minhas preferidas no mundo, e que eu sempre aconselho todas as crianças que conheço a visitar.

Lá, quase todas as ruas são numeradas em vez de terem nomes de pessoas ou de datas, como acontece aqui no Brasil. Então, apesar de ser uma cidade bem grande, é muito fácil ir de um lugar a outro, é só saber um pouco de matemática.

Você está na rua 28 e precisa chegar na rua 14? Basta caminhar na direção em que os números vão diminuindo.

E ninguém precisa ter medo de ir a Nova York por causa do que eu vou contar aqui. Aquele ataque terrível aconteceu há duas décadas, e a cidade já existe há mais de 400 anos!

Mas, no dia, deu muito medo. Primeiro, um avião lotado de passageiros foi dominado por um grupo de terroristas, que se fingiram de passageiros normais, entraram na cabine do piloto, armados, e tomaram o lugar dele.

Terroristas são pessoas, ou grupos de pessoas, que usam a violência para causar medo, pânico, terror. Em geral, eles agem para provocar dor e até matar pessoas inocentes, e assim chamar a atenção dos governos e da sociedade para uma causa que eles acreditam ser justa, mas não enxergam outra maneira de defender. É covardia.

E, nesse dia 11 de setembro de 20 anos atrás, os terroristas de um grupo chamado Al-Qaeda, que era liderado pelo Osama bin Laden, desviaram a rota do avião em que eles estavam e miraram bem no topo de uma das Torres Gêmeas, como eram chamados dois prédios de escritórios enormes e idênticos que existiam em Nova York desde 1973. Cada um deles tinha mais de 100 andares.

Às 8:46 daquela manhã de céu limpo e sol aberto, esse avião entrou com tudo em um dos prédios iguais. Com o choque, o avião explodiu, e todo mundo que estava dentro dele morreu: o piloto, todos os passageiros, os comissários de bordo e os terroristas.

Quando isso acontece e faz parte do plano, é chamado de um “ataque suicida”, porque as próprias pessoas que provocam a morte de outras também morrem.

Mas a tragédia daquela manhã estava só começando. Menos de 20 minutos depois, às 9h03, um outro avião cheio de passageiros foi sequestrado por terroristas do mesmo grupo e bateu com tudo na outra torre gêmea.

Esse avião também explodiu, e todo mundo dentro dele morreu, assim como aconteceu com várias pessoas que estavam nos prédios. No total, 2.749 vidas foram perdidas.

Os choques dos aviões contra os prédios provocaram uma nuvem de fumaça preta que saía dos andares mais altos e invadia o céu da cidade. Começou um corre-corre insano, e as pessoas que estavam dentro dos dois prédios do World Trade Center (o nome oficial que eles tinham) foram descendo em direção à rua, pelas escadas e elevadores.

Acontece que algumas pessoas estavam presas nos andares acima de onde os aviões bateram e não tinham como sair. Os prédios estavam pegando fogo, e elas não iam conseguir descer as escadas e passar pelos incêndios sem se machucar.

Vários caminhões de bombeiros chegaram na frente das torres, mas eles não tinham nenhuma escada alta o suficiente para alcançar essas pessoas.

Então, aconteceu o primeiro entre os maiores sustos. Um minuto antes das 10h da manhã, uma das torres gêmeas desabou. Era como se aquele prédio gigante estivesse derretendo: ele foi desmoronando de cima a baixo e virando uma poeira espessa, branca, quente, parecia uma areia, que tomou conta das ruas em volta e cobriu as pessoas que estavam por perto.

Às 10h28, a outra torre, que tinha ficado sem sua gêmea havia menos de meia hora, também foi ao chão.

Muitas outras coisas ruins aconteceram por causa deste ataque, mas elas são assunto para outro texto. Hoje, é dia de relembrar –ou conhecer– essa história, e pensar em criar um mundo em que isso não aconteça nunca mais. ​

TODO MUNDO LÊ JUNTO

Texto com este selo 'é indicado para ser lido por responsáveis e educadores com a criança

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