Na próxima semana, no domingo dia 2 de outubro, todas as pessoas com mais de 18 anos que moram no Brasil serão convocadas a participar das eleições.
Neste ano, elas vão escolher um novo presidente (que é quem cuida do país), um novo governador (quem cuida de um estado), um senador (que analisa projetos do país todo), e deputados estaduais e federais (que criam leis e fiscalizam o trabalho de outros políticos).
As crianças podem sempre acompanhar os adultos nos dias de votação. Dá para chegar com eles até a sala onde ficam as urnas eletrônicas, e esperar na porta.
"Na cabine, mesmo, só pode entrar o eleitor", diz Andre Pavim, secretário da corregedoria do TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo).
Existem algumas regras importantes para os dias em que as eleições acontecem, e Andre explica que a maior parte delas tenta evitar que aconteçam tumultos e injustiças. Uma das principais leis proíbe a boca de urna —você sabe o que é isso?
Com esse nome engraçado, ela diz respeito a uma prática que foi muito comum no Brasil, e que vem sendo combatida já há muitos anos: a de tentar convencer um eleitor a votar em um candidato específico.
Às vezes, pessoas que trabalham ou torcem por um candidato chegam até a distribuir papéis com o nome, foto e número dele (os chamados "santinhos") na expectativa de conseguir mais votos.
Você já deve ter visto próximo a um lugar de votação uma porção de papéis espalhados pelo chão, fazendo muita sujeira. Pois estes "santinhos" são contra a lei.
"Qualquer tipo de propaganda eleitoral é proibida no dia da eleição, e a boca de urna não deixa de ser uma propaganda", fala Andre.
Pode postar foto no dia da eleição?
E não precisa nem sair de casa para correr o risco de fazer propaganda e ir contra a lei —postar foto nas redes recomendando um candidato também pode ser considerado boca de urna.
"Mesmo uma foto sua vestindo a camiseta de um partido pode ser entendido por um juiz como propaganda, então é melhor evitar. Mas isso só até as 17h, quando acaba a votação, depois já pode sem problemas", ensina Andre.
Por falar em camiseta, será que é permitido no dia acompanhar os adultos usando objetos com a imagem ou número de um candidato?
"A justiça eleitoral não proíbe a manifestação individual e silenciosa de um eleitor. Na prática, um cidadão pode usar bandeira, broche, adesivo e camiseta, desde que não tente coagir [obrigar] outros eleitores a votar naquele candidato ou partido."
Mas nada de cantar musiquinhas, jingles ou de usar gritos de guerra por aqueles em quem sua família e amigos vão votar. Andre fala que tudo tem que ser "silencioso", ou seja, sem compartilhar com os outros.
Chegando lá na seção, os adultos precisam deixar o celular com alguém antes de entrar na cabine da urna —e as crianças podem ajudar nessa função. A ideia da lei que proíbe o telefone na hora do voto é evitar que as pessoas sejam forçadas a comprovar, com uma foto, que votaram em alguém.
"A venda de votos acontece quando um eleitor escolhe um candidato em troca de dinheiro, mercadoria, cesta básica etc", diz Andre.
Outra recomendação: nada de tirar fotos enquanto estiver lá. "Pode haver algum eleitor que não goste, então, para evitar tumulto, é melhor não fotografar. E, se um adulto fizer uma selfie lá na sala, provavelmente vai levar um puxão de orelha do mesário", avisa.
Como são muitos candidatos e muitos números para decorar, é legal que quem vai votar leve um papel com tudo anotado —a chamada "cola". Mas, se sua família esquecer o papelzinho, calma que vai dar tudo certo.
"A justiça eleitoral vai manter em cada uma das escolas uma pessoa que se chama ‘apoio logístico’. Essa pessoa vai ter um caderno com os números de todos os candidatos. E na porta de cada seção vai ter um QR code que, quando lido pelo celular, também vai permitir a consulta ao número dos seus candidatos."
TODO MUNDO LÊ JUNTO
Texto com este selo é indicado para ser lido por responsáveis e educadores com a criança
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