Descrição de chapéu Todo mundo lê junto

Bombeiro explica como é possível sobreviver debaixo de escombros após terremoto

Brasil enviou à Turquia missão humanitária composta de 26 militares e quatro cães para ajudar nos resgates

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São Paulo

O terremoto que atingiu a Turquia e a Síria no último dia 6 deixou um rastro de destruição e dor. Foram mais de 21 mil mortos contabilizados 72 horas depois do início dos tremores, que alcançaram magnitude 7,8 na escala que mede a intensidade desse tipo de desastre natural, a Escala Richter.

E, ainda que atualmente a preocupação seja de que, passado tanto tempo, fica praticamente impossível encontrar sobreviventes, ao longo dos últimos dias imagens do noticiário mostraram algumas pessoas sendo resgatadas com vida dos escombros, nome que recebem os destroços de construções abaladas pelos terremotos.

O bebê de duas semanas, Azra Karaduman, recebe oxigênio após ser resgatado de escombros após terremoto em Ercis (Turquia). A mãe e a avô do bebê também foram resgatadas com vida. - AFP PHOTO/ ADEM ALTAN

Isso faz pensar sobre como é possível sobreviver estando debaixo de coisas pesadas, e em condições muito complicadas para um ser humano. Para ajudar com esta e outras dúvidas sobre terremotos, a Folhinha falou com a 1º Tenente PM Adriana Andreucci, porta-voz do Corpo de Bombeiros da PMESP (Polícia Militar do Estado de São Paulo).

Entre outras coisas, ela contou que o Brasil enviou à Turquia uma missão humanitária composta de 26 militares e quatro cães.

Como é possível que uma pessoa se mantenha viva depois de um desabamento tão grave?

Quando uma estrutura de concreto, alvenaria, madeira ou qualquer outro tipo de material colapsa, dá-se a formação de vãos livres sob os escombros, como bolsões de ar, que podem ajudar vítima a sobreviver.

Estes espaços são sustentados por partes da edificação como vigas, paredes ou até mesmo móveis, onde as pessoas ficam "protegidas" por horas ou até mesmo dias, pois seu corpo não foi totalmente atingido, possibilitando uma expansão torácica para uma respiração eficaz.

Como funciona o trabalho de resgate dos bombeiros após desabamentos de grandes estruturas aqui no Brasil?

Após o isolamento do local afetado, a área é dividida em setores e até subsetores. De acordo com as informações colhidas no local (número de pessoas, cômodos da residência etc) as equipes começam a aplicar técnicas para localização precisa das vítimas, onde também são utilizados cães farejadores treinados para buscas.

Qual a parte mais delicada desse trabalho?

A ocorrência como um todo é delicada. Para que as buscas sejam eficazes, as equipes se deslocam sobre e sob os escombros, e, quando se localiza uma vítima, todo o procedimento deve ser feito de modo a manter a segurança da cena e a retirada da vítima da maneira mais rápida e confortável para encaminhá-la ao atendimento médico.

Este trabalho é diferente daquele feito após o rompimento de barragens, por exemplo, como em Brumadinho e Mariana?

Sim, são diferentes. No caso de Brumadinho, se a vítima não estivesse abrigada em locais que pudessem formar estes vão livres ou espaços que tratamos anteriormente, todo seu corpo poderia ser encoberto, ao ponto de não possibilitar uma expansão torácica —ou seja, não conseguiria respirar.

Desta forma, não há possibilidade de sobrevivência. Isto porque, diferente de um desabamento, nos deslizamentos de terra ou lama o material é fluido, e consegue adentrar nos menores lugares.

Se alguém um dia se vir nessa situação de estar soterrado por escombros de um prédio, o que você recomendaria, para aumentar as chances de sobrevivência?

Imaginamos ser uma situação difícil de se manter o controle, mas é isso que a pessoas precisam fazer: manter-se calmo e atento a qualquer sinal de comunicação que possa estar vindo de fora dos escombros.

Há casos em que a vítima conseguiu fazer contato externo e enviar sua localização usando o celular.

É verdade que os bombeiros brasileiros vão ajudar no resgate das vítimas na Turquia e Síria?

O Corpo de Bombeiros enviou em missão humanitária uma equipe composta de 26 militares e quatro cães. Dentre os militares estão dois médicos e dois integrantes da defesa civil do Estado de São Paulo.

Além disso, cinco toneladas de equipamentos, alimentos, água, entre outros, também estão a caminho para manutenção de nossa equipe.

TODO MUNDO LÊ JUNTO

Texto com este selo é indicado para ser lido por responsáveis e educadores com a criança

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