O que um elefante pode ter a ver com o racismo? A peça "Kuami - Caminhos Para Identidade", em cartaz no Sesc Ipiranga, faz essa conexão ao apresentar a história de Kuami, um elefante de Angola, na África, cuja mãe foi sequestrada por traficantes de animais que querem ganhar dinheiro com ela.
O espetáculo é baseado no livro de mesmo nome, da escritora Cidinha Silva, lançado em 2019.
"Esse livro também fala da diáspora, que é quando as pessoas saem do lugar onde vivem. E isso pode acontecer porque elas querem, ou porque elas são forçadas, como no caso da escravidão, quando muitas pessoas tiveram que sair da África", explica Cy Andrade, integrante do grupo Abre Caminhos, que criou a peça.
Diáspora, no dicionário, quer dizer "dispersão de um povo em consequência de preconceito ou perseguição política, religiosa ou étnica".
"O racismo é uma coisa estrutural, ou seja, uma coisa que mesmo sem saber o que é a gente sofre por causa dele. Com isso, muitas infâncias são muito machucadas. Nosso grupo é formado só por pessoas negras, essa é a nossa primeira peça e queríamos colaborar com a identidade das crianças", diz.
Ao mesmo tempo em que fala das variadas formas de escravidão, hoje e antigamente, a história criada por Cidinha Silva também trata de temas como exploração irracional da natureza e até mesmo o luto.
"Para salvar a mãe do Kuami, todo mundo vai se ajudar. Ele não está sozinho, e encontra uma grande amiga e outros animais", adianta Cy.
Essa grande amiga do elefante é Janaína dos Palmares, uma sereia do reino das águas que, ao lado de Kuami, vai embarcar em uma ventura entre terra, céu e mar.
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