Joana d'Arc recebeu espada do rei e comandou exércitos franceses aos 17 anos

Depois de ser condenada à fogueira, camponesa celebrada até hoje na França e no mundo foi considerada uma santa

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Todos os anos, a França celebra a figura de Joana d'Arc em alguns festivais como o Fêtes Johanniques, uma das celebrações históricas mais importantes do país. E não é só lá na Europa que Joana d'Arc é famosa —aqui mesmo no Brasil há muitas pessoas que têm esse nome registrado na carteira de identidade, embora tenham nascido séculos depois da heroína francesa.

Mas, afinal, quem foi Joana d'Arc?

Reprodução de obra que mostra Joana D'Arc - Reprodução

"Ela foi uma camponesa, nascida em 1412, em uma pequena vila da França. Aos 12 anos, a menina afirmou ter ouvido vozes vindas do céu que lhe diziam para livrar a França dos ingleses e coroar o rei francês", conta o doutor em educação Alfredo Boulos Júnior, professor e escritor especialista em história.

"Aos 17 anos, ela foi ao castelo onde o rei morava para lhe falar sobre a revelação que teve. O rei se convenceu de que ela falava a verdade e entregou a ela uma espada e o comando geral dos exércitos franceses. Sob o comando de Joana d'Arc, os franceses obtiveram muitas vitórias contra os ingleses, por isso ela se tornou uma figura tão importante na história de seu país", explica Alfredo.

E, se hoje as mulheres estão em todos os lugares em que desejam estar —ou ao menos estão cada vez mais perto de ter essa oportunidade garantida—, na época em que Joana d'Arc viveu as coisas eram bem diferentes.

"Só os homens podiam ter e usar armas, espadas, lanças. Sendo assim só os homens podiam ser soldados e guerrear. As mulheres eram vistas como seres inferiores, que tinham de obedecer e servir os homens", contextualiza o professor.

"[As mulheres] Não deviam saber ler e escrever. E deviam dedicar-se apenas aos filhos e aprender a bordar, costurar e a cuidar da casa."

Enquanto batalhava, Joana caiu em uma armadilha. "Os ingleses, seus adversários na guerra, a entregaram a um tribunal da Igreja. Nesse tribunal, ela foi acusada de se desviar da doutrina da igreja e de usar roupas de homem e, por isso, foi condenada à morte de fogueira", diz Alfredo.

Vinte e cinco anos após a sua morte, no entanto, o tribunal da Igreja reabriu o processo que condenou Joana à morte. No novo julgamento ficou decidido que as vozes que Joana disse ter ouvido eram de fato do arcanjo Miguel.

"E que essas vozes que a aconselharam a salvar o reino da França e a tirar os franceses da tristeza não podiam ser as do diabo", completa o professor.

"Isto abriu caminho para que, séculos depois, em 1920, Joana d'Arc fosse elevada à condição de santa. E, hoje, essa mulher corajosa e determinada é considerada por muitos santa Joana d'Arc."

DEIXA QUE EU LEIO SOZINHO

Ofereça este texto para uma criança praticar a leitura autônoma

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.