Livro 'Gnomos', sucesso nos anos 1980, é reeditado e traz informações 'técnicas' sobre os seres mágicos

'Como autor conseguiu contar tantos detalhes se eles não existem?', se perguntava fã, que guarda exemplar até hoje

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São Paulo

Ligia não é mais criança, nem Tainã, Thais ou Marilia, mas a Folhinha excepcionalmente abre espaço para alguns adultos neste sábado (20) porque eles estão emocionados. A culpa é de uma porção de seres pequeninos, de barba comprida e gorro vermelho, que destravaram uma série de memórias da infância dessas pessoas.

Ilustração de 'Gnomos', da Darkside - Divulgação

"Eu tinha 11 ou 12 anos, e eu pedi muito para os meus pais o livro 'Gnomos'", lembra Ligia, agora com 47 anos. "Acho que o vi numa livraria, mas pode ser que eu também tenha lido sobre ele aqui na Folhinha, pois meus pais eram assinantes da Folha e eu lia a Folhinha todo sábado. Naquela época sem internet, pra acompanhar os lançamentos de livros só indo à livraria e lendo a Folhinha."

No Natal, debaixo da árvore, estava lá o exemplar de "Gnomos" para a pequena Ligia, que tem o livro até hoje. "Guardei porque gostava muito das figuras e sempre relia as histórias. Lembro de mostrar o livro para meu primeiro namorado, como se estivesse compartilhando um tesouro com ele. Eu já tinha 16 anos, mas ainda gostava muito do livro", conta.

"Gnomos" agora voltou às livrarias em uma reedição da Darkside e quem, como Ligia, não guardou seu exemplar desde os anos 1980, pode conhecer o mundo dessas criaturas míticas em detalhes, nas mais de 200 páginas que falam sobre como e onde eles vivem, como se organizam, que altura têm etc.

"Eu gostava dos desenhos, das informações sobre os gnomos, de ver e aprender como viviam. Minha parte favorita era a que descrevia como eles moravam, como eram suas casas. Eu imaginava o dia a dia deles ali, o que comiam no café da manhã, como era a sala deles...", lembra Ligia.

Ver as casinhas dos gnomos por dentro também deixava Tainã feliz. Ela tem 40 anos, ganhou o livro quando tinha 8, e o guardou para sempre. "Era um livro que eu abria e parecia que tinha entrado num mundo mágico, como se estivesse abrindo uma portinha que dava acesso a um segredo que só eu tinha", afirma.

"Eu me sentia num mundo encantado. Era uma experiência muito diferente de ler outros livros, porque ali existia um mundo inventado nos mínimos detalhes, com beleza e muito cuidado. Achava maravilhoso."

Mas uma questão deixava Tainã com a pulga atrás da orelha. Ela pensava que gnomos não existiam, e que viviam apenas no mundo da fantasia —até aí, tudo bem. "Mas como foi que o autor conseguiu falar e contar sobre a vida dos gnomos com tantos detalhes e informações se eles não existem?", se perguntava. "Ou será que eles existem e o autor teve acesso a esse mundo secreto?".

Thais tinha 7 anos quando ganhou um exemplar. Passou a procurar gnomos nos jardins e nos pés das árvores. "Se existir um mundo dos gnomos, tenho certeza de que ele é assim, feito o que está no livro. Guardei o livro porque não conseguia desapegar das ilustrações e porque, quando eu sentia vontade de lembrar de um lugar onde tudo sempre dava certo, eu relia a história e depois ficava desenhando os personagens", diz.

Na casa de Marilia, 38 anos, ainda há até hoje o exemplar de "Gnomos" que ela ganhou quando tinha apenas 6. Ela também procurava gnomos na vida real, mas nunca conseguiu encontrá-los. "Eu dava muita risada na parte do livro que falava dos 'seios' da gnoma, e sempre voltava a essa parte", brinca.

A edição da Darkside faz parte de uma coleção chamada Magicae, que reúne obras que tratam de magia. Bruno Dorigatti, gerente editorial na editora, conta que a ideia era republicar livros clássicos que fizeram parte da vida de muitas pessoas.

"'Gnomos' foi mencionado por quase todos, então não pensamos duas vezes em ir atrás dele para saber se estava disponível, pois não tínhamos visto nenhuma edição do livro depois dos anos 1990", diz.

Bruno conheceu o livro quando tinha por volta dos 10 anos, na casa de amigos. Ele lembra que ficou impressionado com o formato grande da publicação e com suas cores.

"E me chamou a atenção a seriedade com que tratava do assunto, como se fosse um livro científico e histórico que procurava contar a história desses pequenos seres especiais e encantados."

Ele diz que ainda não esbarrou em um gnomo fora do livro, mas que sabe que eles existem. "Como já encontrei com fadinhas esvoaçantes, bem pequeninas, azuis e verdes, tenho certeza que eles estão por aí, prontos para serem descobertos por aqueles que acreditam."

Gnomos

  • Preço R$ 124,90 (224 páginas)
  • Autoria Wil Huygen e Rien Poortvliet, tradução de Débora Isidoro
  • Editora Darkside

TODO MUNDO LÊ JUNTO

Texto com este selo é indicado para ser lido por responsáveis e educadores com a criança

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