Fernanda Takai "despertou" para idioma japonês já adulta
A cantora Fernanda Takai, 34, que lançou um CD solo e também integra o grupo Pato Fu, afirma que somente adulta despertou para a importância de aprender o idioma japonês, apesar de ter, quando criança e adolescente, bastante contato com os avós japoneses.
Divulgação |
Fernanda Takai visitou o Japão pela primeira vez em 2005 e diz ter se sentido "analfabeta" |
"Eles sempre fizeram questão de falar português, de tentar se integrar na cultura brasileira", disse Takai, cuja avó veio de Ehime e o avô de Hyogo.
Os avós da cantora se conheceram no Brasil, na região de Lucélia (SP) e criaram bicho-da-seda. Quando em férias, geralmente ela viajava a São José dos Campos para ficar com eles.
"Eu também nunca tive essa coisa de que eram os meus avós japoneses, pois eles eram simplesmente meus avós. É claro que eu comia comida japonesa, tomava banho de ofurô, falava algumas palavrinhas", disse Takai, que escreveu sobre a família no livro "Nunca Subestime Uma Mulherzinha", da Panda Books. Leia trecho do texto.
Arquivo Pessoal |
Fernanda Takai e irmão com os avós em visita à praia; cantora cresceu em MG |
No entanto, apenas no Carnaval de 2007 Takai começou a estudar japonês. "Só me veio essa vontade genuína já mais velha", afirmou a cantora.
A cantora foi ao Japão pela primeira vez em 2005, visitar seu irmão que faz mestrado em engenharia no país asiático. "Realmente fiquei analfabeta", disse, ao relatar a experiência com o idioma japonês no Japão. Depois ela voltou, em 2007, com o Pato Fu e para lançar o CD no qual canta Nara Leão, "Onde Brilhem Os Olhos Seus".
Ela lançou, por enquanto apenas no Japão, a faixa "Kobune".
Interesse latente
Na verdade, Takai havia feito algumas aulas de japonês antes do atual curso, em 1999, para gravar a música "Made in Japan", no grupo Pato Fu.
Arquivo Pessoal |
"Para mim, eles eram apenas meus avós", diz cantora sobre origem japonesa da família |
"Mesmo não falando, eu queria que quem soubesse japonês entendesse, mesmo com sotaque forte", afirmou Takai.
A influência do japonês na música da cantora não parou aí. Apreciadora de cultura oriental, ela gosta de alguns nomes do pop japonês, como o grupo Pizzicato Five, já extinto.
"Eles têm um som bem feliz, assim como o Pato Fu. A própria estética sonora do 'Made in Japan' é baseada no Pizzicato Five", disse Takai.
Ela conheceu o grupo e demais nomes do pop japonês por meio de videoclipes. "Eu sou de uma época que o clipe tinha função de apresentar a música, um estilo", afirmou a cantora. Na preferência de Takai, ainda estão Cibo Matto e o DJ Cornelius, entre outros nomes.
Mistura
Arquivo Pessoal |
Fernanda Takai (centro, de vermelho) com seus primos; cantora lançou faixa no Japão |
Bem brasileira, Takai também é neta, do lado materno, de uma alagoana e de um português. A cantora nasceu na Serra do Navio, no Amapá, mas cresceu em Minas Gerais.
"Quase não tinha descendente de japonês em Belo Horizonte, e muita gente duvidava que eu era mestiça, mas quando viam meu pai, achavam muito legal, ficavam impressionados", conta Takai. Ela diz que já chegaram a lhe perguntar se o sobrenome era um nome artístico.
"Quando meus pais se casaram, no início dos anos 70, era raro ter casais misturados, e no início as famílias estranharam. Mas depois deu tudo certo, quanto mais diversidade, mais mistura, fica mais bacana", disse a cantora, mãe de Nina, 4.
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