Coleção Folha traz a música irresistível de Rossini
Para casar seu amigo Almaviva com a jovem Rosina, que é oprimida pelo tutor Bartolo, o barbeiro Fígaro é capaz de recorrer a todo tipo de artimanha, disfarce e estratagema.
Essa é a trama de uma das mais divertidas comédias do repertório, "O Barbeiro de Sevilha", de Rossini, volume três da Coleção Folha Grandes Óperas, que chega às bancas no próximo domingo, dia 20 de fevereiro.
Comparado pelo escritor francês Stendhal (1783-1842), autor do romance "O Vermelho e o Negro", a Napoleão Bonaparte (1769-1821), Gioachino Rossini (1792-1868) foi não apenas o mais importante compositor italiano de seu tempo como também uma personalidade europeia de destaque.
Compôs nada menos que 39 óperas, aposentando-se aos 37 anos de idade para levar uma vida epicurista em Paris.
Contudo, embora tenha escrito muitos outros títulos, o "Barbeiro" acabou se tornando seu maior sucesso.
Quando, em 1822, em Viena, ele visitou o grande compositor alemão Ludwig van Beethoven (1770-1827), ouviu do autor da "Nona Sinfonia" a seguinte frase: "Ah! Rossini, é o senhor o autor do 'Barbeiro de Sevilha'? Felicito-o por isso; é uma excelente ópera-bufa; eu a li com prazer e alegrei-me com ela".
"Enquanto existir teatro de ópera italiana, será representada. Não procure nunca fazer outra coisa que não a ópera-bufa; pretender ter êxito em outro gênero seria forçar o seu destino", completou Beethoven.
Baseada no texto teatral homônimo do francês Pierre-Augustin Caron de Beaumarchais (1732-1799), "O Barbeiro", curiosamente, experimentou na estreia, em 20 de fevereiro de 1816, um retumbante fracasso, com o público que compareceu ao Teatro Argentina, em Roma, recebendo a criação com muitas vaias estrondosas.
Já na segunda récita, contudo, a música irresistível, direta e cativante de Rossini conquistou a plateia romana, para um sucesso que se tornaria irreversível e global: apenas cinco anos mais tarde, em 1821, "O Barbeiro" se faria ouvir aqui no Brasil.
Na Coleção Folha, a ópera aparece em uma gravação da década de 1950, com o protagonista sendo cantado pelo charmoso barítono florentino Gino Bechi (1913-1993).
A aclamada soprano catalã Victoria de Los Ángeles (1923-2005), vista como "antidiva" por ser avessa a escândalos e extravagâncias tão caros a suas colegas, faz aquela que seria sua primeira gravação de uma ópera.
Já a direção musical fica a cargo de um especialista, o maestro italiano Tullio Serafin (1878-1968).
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