Sylvia Kristel, atriz de "Emmanuelle", morre de câncer aos 60 anos
A atriz holandesa Sylvia Kristel, que ficou famosa em todo o mundo como a protagonista do filme erótico "Emmanuelle", de 1974, morreu em Amsterdã, durante a noite, informou a agência que administrava sua carreira. Ela sofria de câncer e estava com 60 anos.
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"Ela morreu durante a noite, durante o sono", disse Marieke Verharen, da agência Features Creative Management, que representava a atriz.
A atriz havia sido internada em julho em um hospital de Amsterdã, após um AVC (acidente vascular cerebral).
Na época, o filho da atriz, Arthur, disse que o estado da mãe era grave. "Eu gostaria dizer que ainda há esperanças de que ela se recupere rapidamente, mas precisamos ser realistas", afirmou.
Kristel vinha fazendo tratamento contra um câncer de garganta havia dez anos, mas precisou interromper o processo pouco antes da internação, devido a seu estado delicado.
O filme francês "Emmanuelle", inspirado no romance homônimo de Marayat Bibidh Andriane, foi um estrondoso sucesso nos anos 1970. Sob a direção de Just Jaeckin, colocou o erotismo como elemento central da trama e quebrou tabus em relação ao sexo nas telas.
Filmado na Tailândia e em Seychelles com um orçamento de US$ 500 mil, o longa arrecadou US$ 100 milhões e, em alguns países, como França e Japão, permaneceu mais de uma década em cartaz.
Há pouco mais de um ano, em abril de 2011, Sylvia confessou que gostaria ter um "pequeno papel" na versão 3D que está sendo feita do filme. Disse, ainda, que desejava continuar na carreira de produtora, após ter dirigido em 2008 o curta-metragem de animação "Topor et moi".
Em 1977, de passagem pelo Brasil para promover o filme "Porque Eu Agrado os Homens", Kristel participou de filmagens da novela "Espelho Mágico", escrita por Lauro César Muniz e dirigida por Daniel Filho. A atriz também visitou o Congresso Nacional e pediu a liberação de "Emmanuelle" no país --o que só aconteceria em 1980, junto com outras produções consideradas impróprias.
OUTROS PAPÉIS
Sem conseguir se desprender do personagem que lhe deu fama, em 1977, Kristel protagonizou "Emmanuelle 3" (Goodbye Emmanuelle), dirigido nesta ocasião por François Leterrier. Neste mesmo ano, a atriz dá vida à infanta Isabel da Espanha no filme "O Quinto Mosqueteiro", de Ken Annakin.
Em 1979, a atriz viajou à Espanha para rodar "Camas Quentes" (1979), de Luigi Zampa, cujo elenco também contava com outros mitos eróticos do momento, como Ursula Andress e Laura Antonelli. No final daquele ano, mudou-se para Hollywood, onde participou de séries de TV e filmes de pouco sucesso.
Em 1980, ela participou do filme "O Amante de Lady Chatterley", de Just Jaeckinar. Um ano depois, fez seu primeiro papel cômico em "Express Train", de Salvatore Samperi. Ainda em 1981, atuou em "Uma Professora Muito Especial", de Alan Myerson, um filme que foi qualificado como pornográfico por várias associações americanas.
Em 1983, Kristel estrelaria a quarta sequência de "Enmmnuelle" e, três anos depois, se casaria com P.Blot, que a dirigiu no filme "Flamenco", rodado em 1987 nos arredores de Madri.
No entanto, "Emmanuelle" não tinha sido esquecida e, entre 1992 e 1993, a atriz voltou a protagonizar três filmes: "A Vingança de Emmanuelle", "A Magia de Emmanuelle" e "O Amor de Emmanuelle".
Em 1995, Kristel se aventurou no teatro, com a peça "Teu Gato Está Morto", do americano James Kirkwood. Em 2001, fez uma pequena participação em "Perdóname" (2001), do cineasta holandês Cyrus Frisch.
Em 2006, publicou sua autobiografia, "Nue" (nua, em francês, não lançada no Brasil), na qual confessava sua dependência de drogas e álcool.
Unida desde muito jovem ao escritor Hugo Klaus, teve com ele Arthur, que nasceu em 1975. Entre 1977 e 1979, Kristel namorou o ator britânico Ian McShane e, em 1982, se casou secretamente em Las Vegas com o milionário americano Alan Turner, do qual se divorciou pouco antes de voltar à Europa. Em 1986, a atriz se casou em Paris com o produtor francês Philippe Blot.
Nos últimos anos, Kristel vivia em Amsterdã, na Holanda, onde ocasionalmente expunha suas pinturas.
Com agências de notícias
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