Feist brilha em show corajoso e empolgante em SP
Apesar do calor insuportável e do público mal-educado do Cine Joia (que não para de falar), a cantora canadense Feist encerrou sua passagem por São Paulo na noite desta terça-feira (23) com brilho e coragem.
Após cancelar apresentação na cidade em 2007, no auge de sua popularidade, Feist fez um show para fãs, no qual desconstruiu e remodelou canções conhecidas e deixou de fora seu maior sucesso, "1234".
Abrindo sua segunda noite no Popload Gig Residências com "Intuition", do álbum "The Reminder", apenas na voz e guitarra, emendou duas belas músicas de "Metals", seu disco mais recente: "The Bad in Each Other" e "A Commotion".
Após pedir caipirinhas no palco para ela e para sua banda de apoio --com destaque para as três simpáticas backing vocals--, cantou "Graveyard" e "Comfort Me", quando elogiou o público brasileiro pela "inovação" nas palmas.
A sequência seguinte foi matadora. Regendo um afinado coral de vozes da plateia, tocou "So Sorry" (um de seus maiores sucessos) e uma versão muito pesada e distorcida da outrora fofa "My Moon, My Man".
Show da cantora Feist em São Paulo
Mais para frente na apresentação, que durou quase duas horas, Feist homenageou o coletivo Broken Social Scene, do qual faz parte esporadicamente, na triste e catártica "Lover's Spit", seguida de uma versão blues de "Anti-Pioneer".
No momento mais arriscado do show, tocou "The Limit to Your Love" de um jeito tão diferente que a música ficou praticamente irreconhecível.
Pouco depois, já no bis, se redimiu numa versão voz e violão da delicada "Gatekeeper" e, com atitude de "guitar hero", "Sealion" cheia de riffs e distorções. Antes de ir embora, "Let It Die", talvez sua música mais triste.
Quando o público já se dirigia para a saída do Cine Joia, Feist voltou sozinha para o palco e entoou "Secret Heart", numa afinação tão absurda que valeu a espera de cinco anos por sua vinda.
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