Programação infantil e novo Roda Viva são pilares da repaginação da TV Cultura

Jornalístico reestreia hoje com novo cenário e apresentação de Daniela Lima, colunista da Folha

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São Paulo

Menos de dois meses depois de assumir como presidente da TV Cultura, José Roberto Maluf entrega agora o novo Roda Viva, uma semana depois da estreia também do novo Jornal da Cultura.

Mas o executivo enfatiza outro foco das mudanças que vem implementando na emissora pública que comemora neste ano o seu cinquentenário, celebrado em 15 de junho.

"A nova grade foi estruturada a partir do pilar da programação infantil", diz ele. Quase sem intervalos, o canal é voltado para crianças até as 18h.

"A Cultura construiu uma audiência que é um precioso tesouro e uma imensa responsabilidade, o público infantil", argumenta Maluf. "Somos a única TV aberta no Brasil falando com as crianças."

Na última década, com a publicidade infantil em queda, essa programação se transferiu da TV aberta para a paga, com emissoras públicas como a Cultura entre as poucas exceções que ainda resistem.

Maluf, que foi vice-presidente das redes privadas SBT e Bandeirantes, pretende responder à "escassez de canais abertos que transmitam produção voltada às crianças". "Nosso objetivo é democratizar esse conteúdo", diz ele.

A programação adulta foi refeita a partir daí, com a introdução de uma "faixa de transição" que, segundo o executivo, vem "conservando os números de audiência" da infantil.

Em seguida, foi estabelecida "uma faixa mais leve e variada, com atrações que percorrem segmentos como cultura, esporte e informação". Daí as alterações de horário para algumas marcas da emissora, como Cartão Verde, Metrópolis ou, mais recentemente, o "Cultura Livre".

Só depois, às 21h15, é que vem o que o executivo chama de "horário de peso", começando pelos programas jornalísticos. Uma novidade nos noticiários do canal é a troca de comando da área, agora encabeçada por Leão Serva, que foi colunista da Folha de 2014 até o ano passado e ocupou o cargo de secretário de Redação do jornal de 1988 a 1992.

Mudanças, aliás, já estão em curso no Jornal da Cultura, que reestreou há uma semana com uma dupla de mulheres na bancada, as jornalistas Ana Paula Couto e Karyn Bravo, e procurando dar "mais visibilidade à interação" por meio de mídias sociais.

Na sequência do JC, como diz Maluf, entram programas semanais como o Roda Viva, que também estreia apresentadora, Daniela Lima, que acumula a função na TV com o cargo de editora do Painel, coluna de política da Folha. Além da nova âncora, o jornalístico inaugura um novo cenário e até música de abertura.

Daniela Lima, editora do Painel - Bruno Santos - 19.fev.2019/Folhapress

"O Roda Viva é uma atração única", diz ele. "Primeiro, é longo, o que permite aprofundamento. Em tempos de dados falsos ou descontextualizados, não permite que seu entrevistado navegue pela superfície. Segundo, é extremamente plural", tanto em relação aos entrevistados como aos entrevistadores, "profissionais de diferentes veículos e frentes de atuação".

A nova apresentadora, que terá como primeiro entrevistado o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz, pretende "dar temperatura jornalística, levando ao centro do Roda os personagens que estão diretamente conectados aos temas destacados no noticiário político, econômico e ao debate intelectual e artístico".

Ela vê o programa como "uma oportunidade de questionamento aberto, sem interferências", permitindo a entrevistados e entrevistadores "clarear pontos, apontar incorreções, sanar dúvidas e até firmar posições". "Nesse sentido, eu acho que o programa é, sim, uma arma contra a desinformação", diz a jornalista.

"Em momentos de polarização, é dever da Cultura construir pontes e promover diálogos", diz Maluf, lembrando que o canal público "tem como missão contribuir para o desenvolvimento da sociedade".

O executivo comenta que, "em tempos de avalanche de fake news, a tendência é que as pessoas se aproximem de marcas, personalidades e empresas que não só transmitam confiança, mas façam jus" a essa confiança. A Cultura é financiada pelo poder público, mas dirigida pela sociedade civil por meio da Fundação Padre Anchieta.

Sobre o Roda Viva, Maluf acrescenta que o formato ganhou força no ambiente digital. "As íntegras têm alcançado ótimos números", diz, citando que "o sexto vídeo mais visto no YouTube Brasil em 2018 é do canal da atração".

Roda Viva
Reestreia hoje, às 22h, com apresentação de Daniela Lima, entrevistando o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz ​

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