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Celeste Moreau, filha de Arnaldo Antunes, lança disco delicado e imaturo

Artista inicia no universo musical com álbum singelo, mas com parcerias relevantes

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Rio Manso Vol.1

  • Quando A partir de 28 de outubro
  • Onde Todas as plataformas digitais
  • Artistas Celeste Moreau Antunes e João Marcondes

O disco de estreia de um artista é sempre uma surpresa. Pode revelar ao mundo um grande talento. Pode trazer sementes que só frutificarão mais adiante. Pode ainda ser uma primeira experiência de uma trajetória que, ao se desenrolar, tomará um rumo diferente.

A paulista Celeste Moreau Antunes escreve e canta desde criança. Em 2017, lançou “Calor da Hora”, seu primeiro livro de poemas. Foi também o ano em que começou a escrever canções que agora, aos 29 anos, reúne em um disco. “Rio Manso vol.1” tem dez faixas, trabalhadas em parceria com o multi-instrumentista, compositor e arranjador João Marcondes. Os dois assinam juntos a produção musical.

É um álbum delicado, de uma artista que se inicia no universo musical. Diferente (“Às vezes ponho a minha mão na ilusão de ser tão diferente”) faixa de abertura, tem letra e música de Nuno Ramos e é uma das melhores do disco.

Da filha de um artista inquieto como o cantor, compositor e poeta Arnaldo Antunes não se esperaria um disco pop para as massas. Mas não se trata de um trabalho experimental. Num clima de música brasileira à la MPB e com uma certa bossa, a voz é acompanhada por cordas (violão, guitarra e, em duas faixas, contrabaixo acústico) e percussão. Em algumas faixas há sobreposições de vozes, discretos coros ou o uso de efeitos eletrônicos na voz.

Quase todo produzido na quarentena, o disco foi feito com os músicos tocando e enviando material de suas próprias casas, enquanto Celeste gravou em um estúdio no meio da natureza, no interior de São Paulo. O resultado, musicalmente, é bastante simples, sem novidades ou surpresas.

Algumas das letras, assim como a própria voz da artista, por vezes soam imaturas. A declamada "Tudo Que Lembrei Que Já Soube Amar Além de Você" é exemplar, ao enumerar lembranças como “sentir que já dava pra morrer”, “ver novela depois da natação com as pálpebras caindo” ou “fumar cigarro sozinha”.

Só com voz e violão, a singela "Asa", letra de Celeste e música dela com João Marcondes, pede: “Não corte as minhas asas / não minta que são magníficas”. Tanto "Rio Manso", faixa que dá título ao trabalho, quanto "Dança" têm letra e música de Celeste Antunes e são baladas bem acabadas.

Além das canções autorais ou em parceria, há ainda colaborações de Clara Baccarin e Filipe Moreau, autores de "Vontade Involuntária", e de Cézar Mendes e Arnaldo Antunes, de "Se For pra Mentir". Já "Agua de Estrellas", versão da canção peruana de Miguel Molina, é cantada em espanhol e português.

Com canções enxutas, apenas duas faixas ultrapassam três minutos, uma delas a que encerra o disco: uma versão de "Se Essa Rua Fosse Minha", na qual se destacam a guitarra, o pandeiro e a voz de Arnaldo Antunes, que faz um dueto com a filha.

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