Inspiração de 'O Exorcista', obra de Magritte é vendida por R$ 400 mi e bate recorde

'L'Empire des Lumières' exemplifica surrealismo do artista ao retratar casa sombria debaixo de céu azul

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São Paulo | AFP

A pintura "L'Empire des Lumières" —ou o império das luzes, em francês, de René Magritte— foi vendida nesta quarta (2) por £ 59,4 milhões, quase US$ 80 milhões ou R$ 407 milhões, em um leilão em Londres, um recorde para uma obra do artista surrealista belga. O anúncio foi feito pela casa de leilões que organizou a venda, a Sotheby's, no Twitter.

Em 2018, outro quadro de Magritte, "O Princípio do Prazer", foi arrematado por US$ 26,8 milhões em um leilão em Nova York.

'L'empire des Lumières', pintura a óleo do artista belga René Magritte de 1961 - Tom Nicholson/Reuters

Inicialmente avaliado em cerca de US$ 60 milhões pela Sotheby's, "L'Empire des Lumières" é uma das obras mais famosas de Magritte. O quadro foi pintado em 1961 para a amiga e musa de Magritte, Anne-Marie Gillion Crowet, filha do colecionador belga Pierre Crowet. Desde então, permaneceu com a família.

O quadro mostra uma casa de Bruxelas à noite, iluminada por um candeeiro e pela luz que vem do interior do imóvel, através das janelas, enquanto o céu azul claro com nuvens parece indicar que é de dia.

"A combinação estranha de uma rua sombria, à noite, sob um céu azul, é típica do surrealismo desconcertante de Magritte, onde duas coisas aparentemente incompatíveis se associam para criar uma 'falsa realidade'", afirmou a Sotheby's.

O quadro foi exposto em diversas partes do mundo, como Roma, Paris, Viena, Milão, Seul, Edimburgo e San Francisco, e foi emprestado ao Museu Magritte em Bruxelas de 2009 a 2020.

A Sotheby's diz que este quadro é "sem dúvida o mais cinematográfico de toda a obra de Magritte" e destacou que o mesmo serviu de inspiração para as cenas do filme de terror "O Exorcista", lançado em 1973.

Ele faz parte de uma série de 17 pinturas a óleo que "constituem a única verdadeira tentativa de Magritte de criar uma 'série' em sua obra", ainda segundo a casa de leilões.

A série teve sucesso imediato entre o público e colecionadores, com uma primeira versão comprada por Nelson Rockefeller e exemplares conservados na Coleção Peggy Guggenheim em Veneza, no Museu de Arte Moderna de Nova York, na Menil Collection em Houston, nos Estados Unidos, e nos Museus Reais de Belas Artes da Bélgica em Bruxelas.

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