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'GTA 5', antes acusado de transfobia, retira caricaturas de seus personagens trans

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São Paulo

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Quando "Grand Theft Auto 5" foi lançado, em novembro de 2013, o mundo era outro.

Donald Trump era um apresentador de programa de televisão com distantes pretensões eleitorais, a seleção brasileira despontava como favorita para a Copa do Mundo depois de ser campeã da Copa das Confederações (que nem existe mais) e Elon Musk estava mais interessado em desenvolver um transporte por cápsulas ultrarrápidas do que em comprar redes sociais.

Ainda assim, quase nove anos depois de ter sido lançado, "GTA 5" permanece como um dos games mais jogados. Uma história de sucesso de público e faturamento raríssima no mundo dos videogames, que vem servindo de modelo para vários outros títulos que apostam na ideia de "jogos como serviço".

Imagem do jogo "GTA 5", da Rockstar
Imagem do jogo "GTA 5", da Rockstar - Divulgação

Um dos segredos para esse sucesso é a constante atualização de conteúdo, adequando o jogo às novidades tecnológicas do momento. Neste ano, com o lançamento das versões para PlayStation 5 e Xbox Series X|S, o game chegou à sua terceira geração de console, mas, dessa vez, as mudanças parecem ter sido um pouco mais profundas.

Jogadores e membros de comunidades de "GTA 5" notaram nos últimos dias pequenas alterações na nova versão do jogo, que deixou de apresentar alguns conteúdos considerados transfóbicos, como uma imagem de fundo que tentava fazer uma piada com "genitálias intercambiáveis" e a ausência de alguns NPCs (personagens não controláveis) que representavam pessoas trans de forma estereotipada.

As mudanças aconteceram depois de a organização Out Making Games, que reúne funcionários LGBTQIA+ da indústria de games no Reino Unido, fez uma carta aberta para a Rockstar, desenvolvedora de "GTA 5", pedindo que a empresa considerasse a remoção de conteúdos transfóbicos na nova versão do game.

"Diferentemente de outros NPCs aleatórios em 'GTA 5', o jogo parece brincar propositalmente com estereótipos extremamente nocivos de pessoas trans e de gênero diverso para encorajar jogadores a sentirem repulsa por eles e até mesmo gostar de machucá-los e matá-los", diz a organização na carta, motivada por um texto publicado pelo site Kotaku, que mostrou alguns exemplos de conteúdo transfóbico no game.

A Rockstar não se pronunciou sobre as alterações na nova versão do game. Ainda assim, a Out Making Games comemorou a retirada do conteúdo em uma publicação em seu site.

"'Grand Theft Auto 5' é um jogo extremamente popular, com milhões de jogadores mundo afora, e essa mudança pode ter um impacto enorme na forma como esses jogadores veem pessoas trans. Obrigado a todos na Rockstar por priorizarem essa questão --nós, como desenvolvedores de jogos, entendemos que mesmo pequenas mudanças como essas demandam coordenação de tempo e esforço", afirmou a organização.

De 2013 para cá, a conscientização do público em geral sobre questões como a violência contra transsexuais e o preconceito contra a população LGBTQIA+ vem aumentando. Só em 2020, por exemplo, foi feito o primeiro mapeamento da população trans em São Paulo.

Novos tempos demandam novas atitudes. Faz bem a Rockstar em retirar de "GTA 5" conteúdos considerados ofensivos e irrelevantes para a qualidade geral do jogo. Se não por razões humanitárias, ao menos por razões financeiras.


Play

dica de game, novo ou antigo, para você testar

Metroid Dread

(Switch)

Lançado em outubro do ano passado, "Metroid Dread" retoma a estrutura e a jogabilidade dos primeiros games da franquia e as atualiza, incluindo gráficos 3D e novas mecânicas. Sucesso de público e crítica, o título funciona tanto como introdução para os games da heroína Samus Aran como para fãs de longa data de jogos de ação "side scrolling".

Imagem do jogo "Metroid Dread", da Nintendo
Imagem do jogo "Metroid Dread" - Divulgação Nintendo

Update

novidades, lançamentos, negócios e o que mais importa

  • Em votação na última quinta-feira (28), os acionistas da Activision Blizzard aprovaram a venda da empresa para a Microsoft por US$ 67,8 bilhões (R$ 333,8 bilhões). Segundo a desenvolvedora, mais de 98% dos votos foram a favor da transação.
  • O Embracer Group, conglomerado sueco de desenvolvedores de videogames, anunciou a compra de três estúdios ocidentais da japonesa Square Enix. Por US$ 300 milhões (R$ 1,5 bilhão), Crystal Dynamics, Eidos Montréal e Square Enix Montréal passarão a fazer parte do grupo. Junto com eles, o Embracer adquiriu os direitos por franquias como "Tomb Raider", "Deus Ex" e "Thief", entre outros.
  • "Diablo Immortal", jogo gratuito para celulares e PCs da famosa franquia de RPG, será lançado em 2 de junho. No game, os jogadores poderão optar entre seis classes de personagens para vivenciar os eventos entre "Diablo 2" e "Diablo 3".
  • "Fifa 22" estará entre os jogos gratuitos para assinantes do serviço PlayStation Plus em maio. Também ficarão disponíveis gratuitamente a partir de 3 de maio o RPG de sobrevivência "Tribes of Midgard" e o roguelike "Curse of the Dead Gods".
  • A Gameloft lançará em 2023 um jogo de aventura e exploração da Disney. Pelo vídeo de anúncio de "Dreamlight Valley", o título gratuito será uma espécie de "Animal Crossing" com personagem do universo Disney. O game terá versões para consoles e celulares.

Download

games que serão lançados nos próximos dias e promoções que valem a pena

5.mai

  • "Trek to Yomi": R$ 44,99 (PC), R$ 67,45 (Xbox One/X/S), R$ 104,90 (PS 4/5)


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