Bienal do Livro vai trazer a São Paulo Valter Hugo Mãe e caravana de portugueses

Evento no início de julho coincide com ano do centenário de José Saramago e do bicentenário da Independência

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São Paulo

A Bienal do Livro de São Paulo volta em julho, após quatro anos e um cancelamento em 2020, buscando servir de vitrine para um mercado que tenta retomar as vendas presenciais e apostando numa caravana de autores portugueses de peso.

A Câmara Brasileira do Livro, que organiza o evento, espera receber 600 mil pessoas de 2 a 10 de julho, no Expo Center Norte, num espaço com área comercial maior do que o da última edição. Em 2018, 663 mil pessoas estiveram na Bienal de São Paulo.

A organização afirma que não exigirá máscaras nem passaporte vacinal dos participantes, mesmo diante do aumento de casos identificado nas últimas semanas. Ela acrescenta que serão seguidas as exigências que forem determinadas por lei no momento da realização do evento.

Este ano, a presença ostensiva de Portugal é justificada pelas efemérides dos cem anos de José Saramago, o único Nobel de literatura da língua portuguesa, e dos 200 anos da Independência do Brasil, momento em que a relação entre os dois países é repensada sob os mais diversos ângulos.

Por exemplo, o português Valter Hugo Mãe, autor de "As Doenças do Brasil", vai dividir uma mesa com o líder indígena Ailton Krenak para pensar as raízes do país.

Mais 20 autores integram a maciça comitiva lusófona, incluindo a moçambicana Paulina Chiziane, última vencedora do Camões, o timorense Luís Cardoso, ganhador do Oceanos, e autores como Matilde Campilho, Dulce Maria Cardoso, Gonçalo Tavares e Ricardo Araújo Pereira, colunista deste jornal.

Na seara internacional mais pop, o evento vai trazer Jenna Evans Welch, de "Amor e Gelato", e Elena Armas, que virou sensação no TikTok.

Também haverá autores brasileiros de porte como Itamar Vieira Junior, Conceição Evaristo, Mauricio de Sousa e Laurentino Gomes, que lança no evento a última parte de sua trilogia "Escravidão".

Haverá um estande coletivo de livrarias, puxado por casas tradicionais como Martins Fontes e Livraria Da Vinci, uma maneira de apoiar uma parte do setor que foi especialmente prejudicado pela pandemia e agora se reergue.

Para bombar as vendas, a Bienal adotou um modelo de "cash back", em que o leitor recebe de volta um terço do valor do ingresso para gastar em livros nos estandes. O ingresso adulto, por exemplo, custa R$ 30 e rende R$ 10 de volta.

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