Descrição de chapéu Obituário Chiquinho de Moraes (1937 - 2023)

Morre Chiquinho de Moraes, maestro e arranjador de Roberto Carlos e Elis Regina

Músico de 86 anos que atuou em dezenas de gravações de gigantes da MPB contraiu Covid-19 enquanto tratava câncer

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Manoel Francisco de Moraes Mello, o pianista, maestro, arranjador e compositor conhecido como Chiquinho de Moraes, morreu no último domingo (30), aos 86 anos, após contrair Covid-19. Ele estava internado na Santa Casa de Cesário Lange, no interior de São Paulo, tratando de um câncer avançado.

O maestro Manoel Francisco de Moraes Mello, mais conhecido como Chiquinho de Moraes
O maestro Manoel Francisco de Moraes Mello, mais conhecido como Chiquinho de Moraes - Folhapress

A informação foi dada por seu filho, Otavio de Moraes, em publicação no Facebook. "Recluso, complexo, imprevisível, excêntrico… Não passava despercebido onde quer que estivesse", ele afirmou. "Espero que encontre a paz."

Conhecido por ter atuado em dezenas de gravações de gigantes da MPB, como Elis Regina e Roberto Carlos, Chiquinho de Moraes foi sepultado na manhã desta segunda-feira (1º), no Cemitério Jardim da Paz, em Cesário Lange. Como a causa de sua morte foi a Covid-19, o protocolo de saúde não permitiu a realização de um velório.

O maestro nascido em Campinas, no interior paulista, começou a estudar e a tocar piano na infância, e desde a adolescência atuava como músico profissional. Ele começou a atuar como arranjador para gravadoras no fim dos anos 1950, em músicas de Celly Campello, incluindo os sucessos "Estúpido Cupido" e "Banho de Lua".

No começo dos anos 1960, ele lançou os álbuns "O Baile da Menina Moça" e "Quando os Brotos se Encontram", assinando como Francisco de Moraes. Depois, começou a trabalhar com Elis Regina em discos e shows, até o começo da década de 1970. O álbum "Ela", de 1971, por exemplo, é todo arranjado por ele.

Chiquinho de Moraes fez trilhas e compôs arranjos para emissoras de TV, como a Record e a Globo. Também atuou como maestro em programas musicais, como em "O Fino da Bossa", que era comandado por Elis Regina e Jair Rodrigues.

Entre 1970 e 1977, estabeleceu parceria com Roberto Carlos, com quem trabalhou em discos e shows. Na década de 1980, fez os arranjos da trilha sonora do espetáculo "O Grande Circo Místico", do Balé Teatro Guaíra, de Curitiba, assinada por Edu Lobo e Chico Buarque e lançada em disco em 1983.

O maestro e arranjador Chiquinho de Moraes
O maestro e arranjador Chiquinho de Moraes - Folhapress

O nome de Chiquinho de Moraes também pode ser encontrado nos créditos de gravações de Erasmo Carlos, Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Nana Caymmi, Simone, Agnaldo Timóteo, Almir Sater, Carlinhos Brown, Zé Ramalho, Ronnie Von, Belchior, Elba Ramalho, Ivan Lins, Raul Seixas, Amelinha, Tom Zé e João Bosco, entre outros.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.