Descrição de chapéu Filmes

Jennifer Lopez critica avanço da inteligência artificial no filme 'Atlas', da Netflix

Protagonista do filme que debate limites da tecnologia, atriz celebra que mulheres estejam fazendo mais filmes de ação

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Em greve por quatro meses no ano passado, atores de Hollywood vêm exigindo proteções legais contra o uso de suas imagens por meio de inteligência artificial, a IA. Eles temem ser substituídos por versões digitais deles mesmos em filmes e séries de TV. As negociações envolveram estúdios de cinema e de streaming, como a Netflix, que agora parece fazer a mea-culpa da indústria ao discutir os perigos da tecnologia no filme "Atlas".

Em 2043, numa Terra devastada pela inteligência artificial, Jennifer Lopez é Atlas, uma especialista em dados que abomina o uso dessa tecnologia. Ela é levada para fora do planeta para capturar Harlan, um robô de corpo humanoide que quer exterminar os humanos. No caminho, precisa trair seus princípios e se aliar a uma ferramenta de IA.

Jennifer Lopez em cena do filme 'Atlas'
Jennifer Lopez em cena do filme 'Atlas' - Divulgação

Ainda que o filme imagine um futuro apocalíptico, sua trama incomoda pela proximidade com a realidade. Desde o ano passado, aflorou o debate sobre a inteligência artificial, que ameaça não só os atores, mas os outros profissionais.

"Nós, artistas, ainda nos preocupamos com o avanço da inteligência artificial, ainda que tenham sido criadas algumas regularizações", diz Lopez, por videoconferência. "O mais inteligente a se fazer agora, e que esse filme traz à tona, é refletir sobre como a IA pode ser usada a favor dos humanos e ainda ser muito destrutiva."

"É importante respeitar a criatividade humana, não só dos atores", complementa Simu Liu, intérprete de Harlan, o vilão que é corrompido pela inteligência artificial. "A arte só tem mensagem e alma porque os humanos que a produzem têm mensagens e almas."

"Atlas" é o segundo filme de ação que Lopez lança na Netflix em um ano, depois de "A Mãe", no rastro de uma onda de filmes de ação de mulheres, que ainda inclui "Agente Stone", de Gal Gadot, "As Marvels" e "Furiosa", da franquia "Mad Max", agora nos cinemas.

"Estamos chegando lá", responde Lopez, ao ser questionada se os filmes de pancadaria finalmente se abriram às mulheres. "É encorajador terem escolhido a mim, uma mulher latina, para um thriller. Caso o filme seja um sucesso, vão existir outros —mas depende disso. Os produtores não farão mais se as pessoas não aprovarem."

Lopez é uma das produtoras de "Atlas". Nascida em Nova York, filha de porto-riquenhos, a atriz diz ter como prioridade contratar mulheres e pessoas não brancas. O longa da Netflix tem como trio protagonista ela, Simu Liu, que é sino-canadense, e Sterling K. Brown, um homem negro.

"Todos já sofremos etarismo, racismo ou sexismo", afirma. "Mas é importante que eu, neste ponto da carreira, e com a minha idade [54 anos], esteja interpretando uma heroína. Conforme desafiamos as ideias de ‘quem pode fazer o quê’, mais pessoas podem trabalhar. E eu pretendo fazer isso por um bom tempo."

Atlas

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.