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Gal Gadot usa 'Agente Stone' para tentar virar o rosto feminino do cinema de ação

Atriz que fez parte do Exército israelense e que viveu a Mulher-Maravilha conta por que gosta de encarnar guerreiras nas telas

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Gal Gadot em cena de 'Agente Stone' Robert Viglasky/Divulgação

São Paulo

É impossível pensar no cinema de ação dos últimos 30 anos e não lembrar de nomes como Tom Cruise, Vin Diesel e The Rock —todos homens e americanos. Mas agora a israelense Gal Gadot quer entrar nesse clube também.

Conhecida por empunhar o escudo da guerreira Mulher-Maravilha nos cinemas desde 2016, e por ter vivido uma especialista em armamento na franquia "Velozes e Furiosos", a israelense protagoniza agora o filme "Agente Stone", espécie de "Missão Impossível" da Netflix com mulheres à frente da pancadaria.

Gal Gadot é Rachel Stone em 'Agente Stone' - Robert Viglasky/Divulgação

É um dos seus tipos favoritos de papel, diz a atriz, num hotel de luxo de São Paulo. Ela veio ao Brasil em junho para divulgar o longa-metragem no Tudum, evento da Netflix que reuniu superestrelas gringas no auditório do parque Ibirapuera.

No filme, que estreia nesta sexta-feira, Gadot salta de paraquedas de um desfiladeiro, se pendura em cabos a metros de altura do chão e se joga de uma aeronave só com a roupa do corpo. "É como me sinto mais confortável", afirma.

Ela é Rachel Stone, uma agente de alta patente que se vê no centro de uma disputa pela posse do Coração, ferramenta de inteligência artificial que tem o poder de prever se algo vai dar certo ou errado.

O filme surgiu da vontade de Gadot lançar mais filmes de ação guiados por uma personagem feminina, diz a atriz. O que era só uma ideia começou a tomar forma em 2017, enquanto ela almoçava com David Ellison e Dana Goldberg, executivos da Skydance Media, produtora de filmes como "O Exterminador do Futuro: Gênesis" e "Missão Impossível - Nação Secreta".

Gadot, que encabeça o longa-metragem desde seu nascimento como produtora, quis montar uma equipe com especialistas em cinema de ação.

Para isso, ela diz, recrutou o roteirista Greg Rucka, conhecido por escrever quadrinhos da Marvel e da DC Comics –inclusive histórias da Mulher-Maravilha–, e Allison Schroeder, indicada ao Oscar de melhor roteiro adaptado por "Estrelas Além do Tempo", filme que joga luz sobre a história de três cientistas pouco conhecidas da Nasa.

Tom Harper, o diretor, entrou na jogada porque Gadot é fã do seu filme "As Loucuras de Rose", que é bom, segundo ela, em desenvolver o drama das protagonistas. "Pensei que seria incrível ter um diretor que trouxesse uma história guiada pelos personagens para o gênero de ação. Temos coração, personagens e relações interpessoais em vez de só cenas de ação."

Antes de ser atriz, Gadot atuava como instrutora de condicionamento físico do exército militar de Israel, país em que o serviço militar é obrigatório para homens e mulheres. Antes disso, trabalhou como modelo, posou para várias marcas, e venceu a coroa de Miss Israel em 2004, quando tinha 19 anos.

Ter atuado no exército não torna mais fácil interpretar guerrilheiras nas telas. "Eu não era uma lutadora nessa época. O que me ajudou de verdade foi ser dançarina por 12 anos. [Lutar] é como aprender uma coreografia. Acho que [o exército] me deu aspereza e me deixou mais durona", afirma.

Foi uma agente de moda que a indicou para fazer testes para interpretar a 'Bond girl' do 22º filme da franquia "007", papel que ela perdeu para a atriz ucraniana Olga Kurylenko. Disposta a largar a faculdade de direito para trabalhar com atuação, ela se deu bem num teste com Vin Diesel para o primeiro "Velozes e Furiosos", de 2009, e fisgou o papel.

"Mas gosto de mergulhar em novas águas", diz ela. "Logo antes de filmarmos ‘Agente Stone’, eu gravei o novo "Branca de Neve", em que faço a Rainha Má, e foi muito diferente. É um musical, então imagine, eu canto, danço, e ainda há drama, aquele tipo de drama em que tudo é muito grande e você pode atuar com seu corpo inteiro."

"Agente Stone" tem como coprotagonista Alia Bhatt, indiana que virou medalhão de Bollywood, como é conhecida a indústria cinematográfica da Índia. Ela, que já vinha namorando Hollywood há um tempo, diz ter esperado até que surgisse um papel que parecesse ser mais do que uma mera representatividade asiática.

Jamie Dornan em cena de 'Agente Stone' - Robert Viglasky/Divulgação

Ela interpreta Keya, uma hacker que pretende roubar a ferramenta tecnológica protegida pela organização de Gadot. "É desafiador, mas eles foram muito amorosos. Foi bom, considerando que eu estava grávida e gravando meu primeiro filme de ação hollywoodiano", afirma ela.

Sentado à mesa com as atrizes estava Jamie Dornan, o sadomasoquista Christian Grey de "Cinquenta Tons de Cinza", que faz um dos espiões de "Agente Stone".

Agora ele quer ser mais que uma beldade de filmes eróticos. "Se você começa a acreditar nesses rótulos, você perde como ator. Como as pessoas te veem é da conta delas, e está tudo bem", ele diz, depois de ouvir Gadot e Bhatt tirando sarro da sua alcunha de galã.

"‘Cinquenta Tons’ foi um hit global, mas sou um ator, e quero criar novos personagens e explorar diferentes mundos. Você tenta seguir em frente, tentando fazer coisas que excitam, te deixam desconfortáveis ou que as pessoas não estejam esperando. Essa é a parte luxuosa de fazer isso para viver", diz ele, antes de ser interrompido por Gadot.

"Se posso acrescentar uma coisa sobre isso é que é ótimo ter um rosto bonito", afirma a atriz, com seu porte de modelo. "Mas isso te leva só até a um certo ponto. Se você não tiver talento, não vai perseverar."

Agente Stone

  • Quando Estreia nesta sexta-feira (11) na Netflix
  • Elenco Gal Gadot, Jamie Dornan e Alia Bhatt
  • Produção EUA, 2023
  • Direção Tom Harper
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