Bancários de São Paulo vão parar na segunda-feira (19)

Sindicato da capital, Osasco e região aderiu a dia de paralisação contra reforma da Previdência

Bancada é revestida com cartazes que expõe rosto de deputados e escrito "ele quer acabar com a sua aposentadoria. Nunca mais vote nele!"; um representante de central sindical atrás da bancada fala ao microfone, enquanto outros dois conversam também na bancada
Centrais sindicais e movimentos sociais se reúnem em Porto Alegre (RS) para discutir greve na próxima semana - Eduardo Teixeira/RawImage/Folhapress

 
São Paulo | UOL

O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região anunciou nesta sexta-feira (16) que vai suspender suas atividades na próxima segunda-feira (19), aderindo à paralisação convocada por centrais sindicais contra a reforma da Previdência.

Segundo o sindicato, 88% dos bancários votaram pela greve durante assembleias realizadas entre os dias 8 e 15 de fevereiro.

O governo queria que a votação da reforma fosse pautada na Câmara dos Deputados no dia 19, mas o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já afirmou que a intervenção federal no Rio de Janeiro inviabiliza a tramitação na próxima semana. A intervenção deve ser votada pelo Congresso na segunda ou terça-feira (20), segundo projeções de Maia.

A Constituição não pode sofrer modificações, como seria o caso das mudanças nas regras de aposentadoria, na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. Dessa forma, seria necessário suspender, ao menos temporariamente, a intervenção para que a reforma da Previdência, uma PEC (proposta de emenda à Constituição), fosse votada.

O presidente Michel Temer disse que vai interromper a intervenção para votar o texto, mas não estabeleceu um prazo para a apreciação das mudanças e disse que ela será colocada em votação quando Maia pautá-la.

"A continuidade da tramitação da reforma previdenciária é uma medida extremamente importante para o futuro do país. Quando ela estiver para ser votada, segundo avaliação das Casas [Câmara e Senado], eu farei cessar a intervenção", disse.

A paralisação dos bancários pode atingir agências de bancos públicos e privados nos seguintes municípios: São Paulo, Barueri, Carapicuíba, Caucaia do Alto, Cotia, Embu das Artes, Embu-Guaçu, Itapecerica da Serra, Itapevi, Jandira, Juquitiba, Osasco, Pirapora do Bom Jesus, São Lourenço da Serra, Santana do Parnaíba, Taboão da Serra e Vargem Grande Paulista.

A Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), entidade ligada à CUT (Central Única dos Trabalhadores), convocou bancários de todo o Brasil a aderirem à paralisação. Procurada pela reportagem, a entidade disse que não tem informações consolidadas sobre o nível de adesão pelo país.

METALÚRGICOS

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC também vai aderir à paralisação do dia 19. Segundo a entidade, a intenção é "atingir toda a base sindical, composta por 70 mil trabalhadores."

O Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e região vai parar na segunda e disse que haverá manifestações em portas de empresas e panfletagem nas estações da CPTM locais.

Centrais sindicais e movimentos sociais convocam ainda um ato às 16h no vão livre do Masp (Museu de Arte de São Paulo), na avenida Paulista.

CONTAS

Quem tem uma conta que vence no dia 19 não poderá usar a greve como justificativa para atrasar o pagamento.

O consumidor pode fazer o pagamento pelos caixas eletrônicos, internet banking, aplicativo do banco no celular, serviço telefônico e também pelos correspondentes bancários, segundo a Febraban.

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.