Sem compromisso de Temer, França adia acordo com caminhoneiros em SP

Márcio França disse que adiou de terça para quinta-feira (31) acordo com caminhoneiros

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

O governador Márcio França (PSB) - Folhapress
São Paulo

O governador de São Paulo, Márcio França (PSB), disse que adiou de terça-feira (29) para a próxima quinta-feira (31) o acordo com caminhoneiros depois de o governo Temer dizer que não consegue garantir 60 dias de congelamento no preço do diesel. 

O ministro Carlos Marun havia dito que retornaria a São Paulo no domingo para finalizar o acordo, mas desmarcou a viagem. 

Sobre a impossibilidade de ampliar o prazo de congelamento, França diz “supor que seja insegurança em relação ao preço do combustível internacional”. 

“Em Brasília, eles afirmam e reafirmam que o preço chegou no pico e vai cair, por isso seria bobagem exigir essa garantia. Ontem falamos: bom, o senhor [governo federal] garante que fica 46 [centavos] a menos. Se cair, o senhor abaixa [o preço do litro]. Se subir, o senhor não sobe. Mas deve ter algum entrave na Fazenda ou no Planejamento ou questão jurídica”, concluiu. 

 

Por telefone, Marun disse a França que conseguiria ampliar a refução de 41 centavos para 46 centavos por litro de diesel, cobrado na bomba, portanto, repassando o desconto ao motorista.

O governador disse, porém, que não houve tempo de repassar o recado aos caminhoneiros, que já tinham deixado o Palácio dos Bandeirantes. “Faltou muito pouco”, lamentou.

Com isso, a greve não deve acabar em São Paulo até pelo menos quinta-feira (31). França disse que, desde o início das negociações, no sábado, o número de paralisações caiu de 200 para 46 e o de homens parados, de 13 mil para 1.300. 

A mobilização se manterá no tamanho atual em acostamentos e canteiros, sem obstruir pistas, afirmou França.

O governador disse que, se duas medidas forem votadas no Congresso no início desta semana, poderá facilitar o acordo.

O primeiro, que será votado pelo Senado, prevê um preço mínimo do frete (projeto de lei nº 121). O segundo, em tramitação na Câmara, estabelece a Lei Geral de Transporte.

​Outro ponto em negociação foi fechado, segundo França. O governo federal deve editar medida provisória nas próximas horas garantindo compensação a todos os estados pela isenção de pedágio por eixo suspenso (trechos vazios dos caminhões). A medida, em São Paulo, custará R$ 50 milhões por mês.

 

Segundo o governador, a redução de manifestantes provou que há vontade da parte dos caminhoneiros de encerrar a greve, mas será necessário dar garantias de que eles terão melhorias no trabalho.

“Você sente quando é truque”, afirmou. “Mas se você põe na ponta do lápis, eles não conseguem ter o mínimo de lucro, mal conseguem comer no trajeto. Não há manifestação que dure muito tempo se não tiver fundamento muito forte.”

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.