A Bolsa brasileira teve o quarto pregão consecutivo de queda e perdeu os 70 mil pontos nesta segunda-feira (18).
O tombo reflete a manutenção do pessimismo dos investidores com a economia brasileira e com a indefinição do cenário eleitoral.
Nesta segunda houve ainda um componente externo: as principais Bolsas mundiais fecharam em queda pelo receio dos impactos da guerra comercial entre Estados Unidos e China, que ganhou forma na sexta-feira passada, após o anúncio de tarifas de 25% sobre US$ 50 bilhões em produtos importados de cada um dos países.
O Ibovespa, principal índice acionário da B3, cedeu 1,33% e fechou a 69.814 pontos, o menor patamar de fechamento desde agosto do ano passado. O giro financeiro somou R$ 14,3 bilhões de reais.
"O cenário interno está bastante indefinido. E para piorar veio essa preocupação com a relação entre China e Estados Unidos", disse o gerente de renda variável da H.Commcor Ari Santos, acrescentando que o mercado acionário deve seguir pressionado até que se tenha mais clareza em relação ao cenário eleitoral.
Nesta segunda, economistas ouvidos pelo Banco Central disseram esperar que o PIB (Produto Interno Bruto) cresça 1,76% em 2018, menos que os 1,94% previstos uma semana antes.
Desde a paralisação dos caminhoneiros, em maio, analistas colocaram números da economia brasileira sob revisão. Um dos setores que vem sofrendo desde então é o financeiro, que poderá conceder menos empréstimos com a desaceleração da economia.
O destaque negativo do último mês, no entanto, é a Petrobras. O risco de intervenção do governo na estatal para controlar os preços dos combustíveis e a renúncia do presidente Pedro Parente fizeram os papéis da companhia perder mais de 40% em um mês. As ações preferenciais (mais negociadas) terminaram o dia em baixa de 3,47%, a R$ 14,45.
Já a alta do dólar foi contida por nova atuação do Banco Central no mercado de câmbio e avançou 0,29%, a R$ 3,7410.
Nesta sessão, o Banco Central injetou US$ 1 bilhão dos US$ 10 bilhões em swap cambial (equivalente à venda de dólar no mercado futuro) anunciados para essa semana com o objetivo de conter a volatilidade da moeda.
Já o Tesouro Nacional fez nova atuação no mercado de títulos públicos, e os contratos de juros futuros negociados na B3 recuaram. Na quarta-feira, o Copom (Comitê de Política Monetária) anuncia a decisão sobre a taxa selic.
De 34 economistas ouvidos pela agência de notícias Bloomberg, 33 esperam a manutenção da taxa em 6,50% ao ano.
Com Reuters
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