Tecnologia é uma das megatrends que influenciam a sociedade e a economia no momento, mas não é a única. O CIFS (Instituto Copenhagen de Estudos Futuros) elenca 15 megatrends que ajudam a entender e explicar os caminhos da sociedade e antecipar os futuros possíveis e os mais prováveis.
Megatrends como Individualização, Networking, Democratização, Aceleração e Polarização, no contexto da Sociedade do Conhecimento e do Desenvolvimento Demográfico, não só determinam muitas das novas atitudes como influenciam fortemente a adoção de novas tecnologias.
Em última instância, é a sociedade que define quais tecnologias terão adoção exponencial e passarão a integrar seu dia a dia.
Bernardo Canedo, sócio e gerente geral da IBOPE DTM Marketing de Relacionamento, afirma que “as mudanças relevantes nascem com o consumidor e é necessário ter foco nos componentes emocionais e comportamentais da sociedade."
Ele ressalta a importância das interações através de redes de relacionamento (comentários, reviews, opiniões) para compreensão das atitudes e desejos.
Acompanhar essas interações é importante não apenas para compreender o momento atual, mas para antecipar tendências. Bernardo lembra que a socialização afeta nossa percepção das coisas e interpretação das ideias.
De acordo com o executivo, “a construção da realidade pessoal a partir das interações nas redes sociais é um fenômeno que ganhou força pela facilitação das interações.”
A DTM, comandada por Canedo, é especialista em reunir, analisar e interpretar dados de relacionamento de empresas com seus clientes, oriundos de diversas fontes como e-commerce, páginas de avaliação,
redes sociais e serviços de atendimento ao consumidor, para a elaboração e implementação de estratégias de marketing e sistemas de tomada de decisão. Trabalha com o que chamamos de “big data”.
Big data é o nome que se dá hoje a um conjunto de bases de dados relacionadas a um tema de interesse, geralmente de fontes e estruturas diversificadas, que demandam um grande poder computacional para serem processadas simultaneamente.
Acumular dados históricos e encontrar padrões é onde residem as maiores oportunidades oferecidas pela combinação de grandes bases de dados.
Mas Bernardo alerta para a importância da ausência de informação. “Quando o consumidor não se manifesta, não interage, isso é o melhor indicador de falta de relevância do tema, da marca ou do produto.
Isso é particularmente importante para o entendimento do relacionamento com o consumidor jovem, que tende a ser mais interativo quando interessado. É fácil perceber que a geração digital é mais pragmática, sucinta e impaciente. Quando a interação não é positiva, ele parte para outra.
Outra característica importante demonstrada pelos mais jovens é a de adotar e abandonar precocemente as novas tecnologias. Observar seu comportamento é, de certa forma, a maneira mais fácil de prever o rumo das coisas.
Bernardo acredita que três características são importantes para aproveitar as possibilidades oferecidas pela tecnologia no contexto de negócios: flexibilidade, curiosidade e esforço coletivo.
Ele observa que essas características não estão, necessariamente, relacionadas com a idade. “Ser digital é uma questão de atitude, e aproveitar oportunidades requer foco, experiência e perseverança. A impaciência dos mais jovens, que se frustram quando não podem queimar etapas, pode ser um empecilho para sua motivação.”
A convivência entre jovens motivados e profissionais experientes sempre foi produtiva para as empresas, apesar do desafio inerente à convivência entre as gerações.
Entretanto, jovens inovadores da geração atual são menos pacientes, e tendem a deixar as organizações quando seus líderes são muito conservadores.
Transformar essa convivência numa experiencia motivadora e produtiva é um dos grandes desafios dos executivos que lideram os processos de transformação digital.
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