BNDES tem lucro de R$ 2,7 bilhões no segundo trimestre

No primeiro semestre, valor acumulado chegou a R$ 4,7 bilhões

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) fechou o segundo trimestre de 2018 com lucro de R$ 2,697 bilhões, alta de 177,5% com relação ao mesmo período do ano anterior.

No primeiro semestre de 2018, o lucro acumulado do banco soma R$ 4,760 bilhões, 253% a mais do que os R$ 1,345 bilhões registrados nos primeiros seis meses de 2017.

Foi o maior lucro para o primeiro semestre desde 2014, impulsionado por revisão de provisões para perdas com devedores duvidosos, resultado de intermediação financeira e vendas de ações em poder do BNDESPar, o braço de participações.

Placa BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social lucra R$ 4,7 bilhões no 1º semestre - Lucas Tavares/Agência O Globo

O resultado de venda de ações da carteira somou R$ 2,591 bilhões no trimestre e R$ 4,101 bilhões no semestre, elevando o lucro semestral do BNDESPar em 204,7%, para R$ 3,809 bilhões.

“Estamos perseguindo um programa de desinvestimento, que está gerando resultados para o banco”, disse o presidente do BNDES, Dyogo Oliveira. Segundo ele, a estratégia será mantida no segundo semestre.

O banco ainda espera para este ano receber R$ 8,5 bilhões da venda de ações da Fíbria para a Suzano, operação que depende de aprovação dos órgãos de defesa da concorrência.

Nos primeiros seis meses de 2018, o banco teve ganho de R$ 1,8 bilhão com venda de ações da Petrobras e R$ 1 bilhão com a transferência de ações da Eletropaulo para a italiana Enel, que comprou o controle da distribuidora paulista em junho.

No caso da Petrobras, a venda tem por objetivo enquadrar a exposição do banco à estatal. As operações do primeiro semestre envolveram 1,3% do capital da petroleira. 

O custo com provisões para créditos duvidosos caiu para R$ 81 milhões ao fim do primeiro semestre, contra R$ 4,769 bilhões no fim de junho de 2017. “É o fim do ciclo de provisionamento de uma série de projetos que tiveram problemas”, disse Oliveira.

Já o resultado de intermediação financeira foi de R$ 6,535 bilhões no semestre, menor do que os R$ 8,336 do mesmo período do ano anterior diante do declínio do tamanho da carteira e menor rentabilidade dos financiamentos.

RESERVA

Com a necessidade de devolver recursos ao governo federal, o BNDES aprovou mudanças em sua política de dividendos, reduzindo a previsão para o mínimo legal, de 25% do lucro líquido, a partir de 2019. Em 2017 e 2018, a política prevê a distribuição de 60%.

O objetivo é reservar recursos para financiamentos sem necessidade de aportes do Tesouro, disse o presidente do BNDES. No primeiro semestre, o banco devolveu ao governo federal R$ 60 bilhões em recursos subsidiados que haviam sido emprestado a durante os governos petistas. No segundo, devolverá outros R$ 70 bilhões.

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