Após superar R$ 4, dólar recua em dia de instalação da comissão especial da Previdência

Última vez que moeda fechou acima do patamar foi em 1º de outubro do ano passado

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São Paulo | Reuters

Após superar patamar de R$ 4 logo na abertura no pregão desta quinta-feira (25), o dólar recua em dia em que o mercado acompanha a instalação da comissão especial da reforma da Previdência.

Na máxima, a moeda chegou a ser cotada a R$ 4,0070. Às 11h45, era negociada em queda de 0,57%, a R$ 3,9640.

A última vez que a moeda norte-americana fechou na casa dos 4 reais foi em 1º de outubro do ano passado (R$ 4,0183).

Os resultados vêm em meio à apreensão do mercado no dia de instalação da comissão especial da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados.

Na quarta (24), a moeda já havia flertado com a marca ao fechar em alta de 1,63%, a R$ 3,9863. O dólar futuro subia cerca de 0,15% neste pregão.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), marcou para esta quinta-feira a instalação da comissão especial, quando devem ser definidos o presidente do órgão e o relator da proposta.

A comissão especial terá um prazo de 40 sessões, a partir de sua constituição, para proferir parecer, sendo que a apresentação de emendas à proposta tem de ser feita nas 10 primeiras sessões.

Agentes financeiros veem com bons olhos a atuação de Maia, que desponta novamente como principal fiador da proposta e que tende a desempenhar papel decisivo na discussão do mérito da PEC na comissão especial.

"Maia deu vários recados positivos na quarta-feira. O mercado gosta de saber que tem alguém que chamou para si a responsabilidade de algo tão grande como a reforma da Previdência", explicou Jefferson Laatus, sócio fundador do Grupo Laatus.

Segundo um parlamentar experiente, Maia está se colocando como intermediário nas negociações entre o governo e o centrão e também trabalha pela nomeação do deputado Pedro Paulo (DEM-RJ) para relator da PEC na comissão especial.

A escolha do relator e do presidente é um dos pontos que mantém investidores na defensiva antes da instalação, explicou Laatus.

"A dúvida do mercado é quem vai ser o relator, quem vai ser o presidente, como a oposição vai estar posicionada e o posicionamento do centrão também é importante", disse.

Até que ocorra a instalação de fato, investidores adotam posição de espera, com o dólar operando em alta sobre o real e olhando para o exterior, onde a divisa norte-americana ganha força em meio a uma busca global por proteção.

O índice do dólar contra uma cesta de moedas subia cerca de 0,1% e operava acima de uma máxima de 23 meses.

"Se a gente pudesse resumir em uma palavra o cenário externo é expectativa. Com guerra comercial, Brexit, com o que pode sair na cúpula entre Putin e Kim Jong Un, com a expectativa de como vai ser Trump e o processo de impeachment", avaliou Laatus.

O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 5,350 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de maio, no total de US$ 5,343 bilhões (R$ 21,16 bilhões).

O BC também informou que começará em 2 de maio a rolagem integral dos 201.785 contratos de swap cambial tradicional com vencimento em 1º de julho de 2019.

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