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Uber revela proposta para abertura de capital

Empresa foi avaliada recentemente em US$ 76 bi; ações começam a ser vendidas em maio

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Shannon Bond Nicole Bullock
Financial Times

A Uber divulgou os detalhes da mais aguardada oferta pública inicial de ações do ano, na quinta-feira, revelando como pretende agir quanto ao que pode se tornar uma das maiores aberturas de capital já realizadas no setor de tecnologia dos Estados Unidos.

No prospecto, o presidente-executivo da Uber, Dara Khosrowshahi, afirmou que abrir o capital da empresa significava assumir "responsabilidades ainda maiores".

"Alguns dos atributos que fizeram da Uber uma startup de incrível sucesso — um senso feroz de empreendedorismo, nossa disposição de correr riscos que outros podem não aceitar, e a garra que tornou a Uber famosa — resultaram em  alguns tropeços ao longo do caminho", escreveu Khosrowshahi.

"Na verdade, quando cheguei à Uber como presidente-executivo, muita gente me perguntou por que eu escolhi deixar a estabilidade de meu emprego anterior para assumir um posto que seria tudo menos tranquilo".

Logo do aplicativo Uber em celular
Logo do aplicativo Uber na tela do celular - Hannah Mckay/Reuters

"Minha resposta foi simples: a Uber é uma dessas empresas que surgem uma vez por geração, e as oportunidades que existem diante dela são imensas", ele afirmou.

A empresa americana de serviços de carros, criada uma década atrás, pretende arrecadar US$ 10 bilhões ao abrir seu capital, e recentemente informou aos detentores de seus títulos de dívidas conversíveis que o valor de avaliação da empresa na transação seria de entre US$ 90 bilhões e US$ 100 bilhões, de acordo com pessoas informadas sobre o assunto. Sua mais recente avaliação pelo setor de capital privado foi de US$ 76 bilhões, em uma rodada de capitalização realizada em agosto.

Os documentos apresentados na quinta-feira não incluem detalhes sobre o montante da oferta ou o preço antecipado para as ações, e incluem apenas um valor provisório usado para calcular os honorários que a empresa terá de pagar para colocar suas ações na bolsa. A oferta pública inicial está sendo liderada pelos bancos Goldman Sachs e Morgan Stanley.

A empresa espera dar início aos seus "roadshows" [apresentações a investidores] em 29 de abril, e suas ações devem começar a ser negociadas na Bolsa de Valores de Nova York em 10 de maio, de acordo com pessoas informadas sobre os planos.

A oferta pública inicial da Uber é a mais aguardada na safra atual de nomes muito conhecidos do Vale do Silício que recorreram à ampla disponibilidade de capital privado para alimentar um crescimento rápido de suas receitas e avaliações de mercado elevadas. A Uber é a startup de tecnologia que definiu sua geração, aplicando a tecnologia para desordenar o setor de táxis e criando um modelo de negócios que depende de uma vasta força de trabalho de prestadores de serviços autônomos.

A abertura de capital pode rivalizar com a do Facebook, que estreou na bolsa com um valor de mercado de US$ 81 bilhões em 2012 - a maior transação desse tipo para uma companhia de tecnologia sediada nos Estados Unidos, de acordo com a Dealogic.

Mas ainda resta determinar se a transação definitiva do atual "superciclo de ofertas públicas" justificará a hipérbole. O entusiasmo inicial dos investidores deu lugar a um ar de cautela sobre as ofertas públicas iniciais dos chamados 'unicórnios" da tecnologia, que continuam no vermelho e conseguiram evitar recorrer ao mercado aberto por muito mais tempo do que costumava ser o caso.

A Lyft, uma companhia rival da Uber nos Estados Unidos, enfrentou dificuldades nas semanas posteriores à sua abertura de capital, realizada em março e resultando em valor de mercado de US$ 2 bilhões para a empresa. As ações da companhia vêm sendo negociadas 15% abaixo de seu preço de emissão de US$ 72.

A plataforma de compartilhamento de imagens Pinterest, que deve fazer uma oferta pública inicial de ações negociáveis na bolsa de Nova York na semana que vem, estipulou uma faixa de preços para suas ações significativamente inferior à da mais recente avaliação da empresa no mercado de capital privado; ela planeja arrecadar US$ 1,3 bilhão.

Financial Times, tradução de Paulo Migliacci

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