Indicadores mostram atividade fraca no segundo trimestre

Expectativa é que economia tenha ficado perto da estabilidade após dados fracos de indústria, comércio e serviços

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São Paulo

Com a divulgação de todos os principais indicadores econômicos do segundo trimestre, analistas do mercado financeiro e de consultorias passaram a projetar um desempenho para o PIB do período próximo da estabilidade, após a queda de 0,2% nos três primeiros meses do ano.

A expectativa predominante é que o resultado do trimestre, que será divulgado pelo IBGE no dia 29, seja ligeiramente positivo, embora não se possa descartar nova retração, o que configuraria um recessão técnica. Dados preliminares negativos para o terceiro trimestre mostram que não há sinais de recuperação nos próximos meses.

Os números do IBGE mostraram que o setor industrial teve retração de 0,1% no trimestre encerrado em junho, mantendo a trajetória predominantemente descendente iniciada em agosto de 2018. O comércio varejista cresceu 1,2%. O setor de serviços recuou 0,6%.

Em relação às expectativas, os indicadores do Ibre/FGV mostraram queda na confiança de consumidores, comércio e indústria no trimestre encerrado em julho.

Luka Barbosa, economista do Itaú Unibanco, estima crescimento de 0,5% no segundo trimestre. "Não é um quadro de recessão, mas os dados de junho foram bem ruins, e os indicadores preliminares de julho indicam queda. Estamos com uma visão de nova desaceleração no 3º trimestre, que tem risco de ser negativo."

Barbosa afirma que a instituição trabalha com um cálculo próprio sobre o ritmo de atividade que tenta extrair a volatilidade dos dados oficiais do PIB. Esse cálculo aponta um crescimento anualizado próximo de 1% desde 2017, cenário que não se alterou no trimestre encerrado em junho.

 

"Não vemos nenhum sinal de retomada, saindo desse 1%."

 

Para 2020, a instituição projeta crescimento de 1,7%. A reforma da Previdência vai permitir ao Banco Central reduzir a taxa básica de juros, fator que contribui para essa melhora. Por outro lado, ele afirma que a desaceleração da economia e do comércio mundial terá impacto importante no Brasil, prejudicando exportações e investimentos. Além disso, União, estados e municípios continuarão sem espaço fiscal para investimentos.

O Banco Central também afirma que o PIB deve ficar estável no trimestre. Na ata da mais recente reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), diz que indicadores apontam interrupção do processo de recuperação da economia nos últimos trimestres. A instituição espera retomada gradual adiante.

O economista-chefe do banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves, não descarta nova retração. "Os indicadores de atividade do IBGE referentes ao segundo trimestre sugerem contração do PIB na comparação com o primeiro trimestre. O pior vai ser ficarmos esperando os efeitos prometidos da reforma da Previdência, e outras, sobre as expectativas e sobre a demanda, portanto o emprego."

 
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