Bolsonaro diz que enviará projeto de lei para dobrar diárias de soldados

Proposta, que tem aval da equipe econômica, aumenta benefício de R$ 25 para R$ 50

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Brasília

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira (27) que enviará ao Poder Legislativo projeto de lei para dobrar a diária de soldados de R$ 25 para R$ 50.

Na entrada do Palácio do Alvorada, onde parou para cumprimentou um grupo de eleitores, ele afirmou que a proposta está pronta e já recebeu autorização da equipe econômica.

Na opinião do presidente, o Poder Legislativo não vai ter dificuldade de aprovar a iniciativa, que deve ser encaminhada em fevereiro.

“Os soldados trabalham de domingo a domingo nas estradas e ganham uma diária de R$ 25. A nossa ideia é passar para R$ 50. Eu acho que não é muito”, disse.

Em agosto, diante de um contingenciamento orçamentário, o Exército chegou a autorizar a redução do expediente de recrutas.

Em um email, o comandante Edson Pujol disse que os generais e diretores poderiam suprimir a seu critério o dia de trabalho em suas respectivas áreas nos dias 2, 9, 16, 23 e 30 de setembro.

Naquele mesmo mês, o próprio presidente reconheceu que estava difícil a situação financeira das Forças Armadas, com falta de recursos.

"O Exército vai entrar em meio expediente. Não tem comida para o recruta, que é filho de pobre. Essa situação em que nos encontramos é grave, não é maldade da minha parte, não tem dinheiro. Só isso", disse.

O presidente conversou com a imprensa antes de embarcar para a Bahia, onde passará o recesso de final de ano. Como seus antecessores, ele escolheu a base naval de Aratu, a 42 km do centro de Salvador.

Ele pretende ficar no balneário militar até o dia 5 de janeiro. Com ele, vai a sua filha caçula, Laura, e uma irmã. A primeira-dama Michelle Bolsonaro não o acompanhará.

Segundo o presidente, ela passará por uma cirurgia no período. Os detalhes, no entanto, não foram informados pelo Palácio do Planalto. De acordo com um auxiliar presidencial, trata-se de um simples procedimento estético.

"Não é nada grave", disse a primeira-dama na entrada do Palácio do Alvorada.

"É coisa besteira", acrescentou o presidente.

A Base Naval de Aratu fica localizada na península do Paripe, um recanto paradisíaco da baía de Todos os Santos. Cercada por mata atlântica, a praia privativa tem areia branca e água verde-esmeralda.

O local era destino favorito da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) durante os feriados do Réveillon e do Carnaval. A petista passou quatro anos seguidos o recesso de fim de ano na base militar.

Como sua sucessora, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também passou quatro anos seguidos o Réveillon na praia reservada. Em janeiro de 2010, por exemplo, ele foi fotografado carregando uma caixa de isopor na cabeça.

Nessa época, a Marinha gastou R$ 800 mil para reformar a casa de praia onde os presidentes se hospedam. Além dos petistas, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Michel Temer (MDB) também frequentaram a base naval.

Inicialmente, Bolsonaro cogitou passar a virada do ano em Fernando de Noronha, em Pernambuco. Por questão de saúde, uma vez que o arquipélago fica distante de uma capital estadual, o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) recomendou a permanência no balneário baiano.

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