O governo Donald Trump está propondo duas rodadas de pagamentos diretamente aos americanos que devem totalizar US$ 500 bilhões, na tentativa de reduzir o impacto da pandemia do coronavírus na economia dos EUA.
Segundo o Wall Street Journal, os valores dos pagamentos serão baseados no tamanho e na renda de cada família americana, ou seja, nem todo cidadão do país receberá a ajuda financeira do governo.
A medida é parte do pacote fiscal de emergência mais agressivo da história dos EUA, que pode chegar a US$ 1 trilhão. As propostas ainda estão sendo negociadas com o Congresso, mas há um esforço conjunto de democratas e republicanos para prover respostas rápidas à crise que já fechou escolas, bares, restaurantes e derrubou o comércio e os negócios em todo o país.
De acordo com o memorando que chegou ao Congresso —e foi obtido por veículos da imprensa americana— as rodadas de distribuição do dinheiro às famílias dos EUA seriam feitas em 6 de abril e 18 de maio.
Ainda há discussões sobre o valor de cada pagamento —o mais provável é que sejam duas parcelas de US$ 1 mil— mas Trump não quis se comprometer com números durante conversa com jornalistas nesta quarta-feira (18), na Casa Branca.
"Estamos lidando com muitos valores, temos que ajudar todo mundo", afirmou o presidente, reiterando mais de uma vez que os números ainda não eram definitivos.
O pacote de ajuda fiscal foi anunciado pelo governo Trump nesta terça-feira (17), mas ainda não havia detalhes, por exemplo, sobre como o pagamento direto aos americanos seria feito.
O secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, esteve com Trump e com senadores nesta terça e afirmou que o governo tem meios de fazer o pagamento via depósito direto e também está trabalhando com outras opções, como por meio eletrônico.
"Esse é o dinheiro que temos que dar aos trabalhadores americanos imediatamente", disse o secretário.
Dentro do mesmo pacote de medidas, a Casa Branca pretende repassar cerca de US$ 50 bilhões para o setor de empresas aéreas, que vem sofrendo com as restrições de voo entre países da Europa e dos EUA, por exemplo.
Está prevista ainda ajuda a pequenas empresas no valor de US$ 300 bilhões e US$ 150 bilhões para o que o memorando chama de "outros setores gravemente atingidos", como hoteleiro.
No caso do empréstimo para as pequenas empresas do país, o Tesouro estabeleceria os termos para o repasse dos recursos exigindo que as firmas continuassem pagando seus funcionários por até oito semanas a partir da chegada do dinheiro.
Ainda no esforço de dar alívio à economia, o Tesouro já havia anunciado, dentro do mesmo pacote, prazos para pagamento de impostos com permissão para até 90 dias de adiamentos sem multas.
Pessoas físicas vão poder postergar o pagamento ao fisco de montantes de até US$ 1 milhão e empresas, de até US$ 10 milhões.
O pacote de US$ 1 trilhão será além dos US$ 100 bilhões aprovados pela Câmara na semana passada —também na esteira da crise do —coronavírus que prevê licença médica paga, seguro-desemprego e outros benefícios para trabalhadores afetados pela pandemia.
Apesar da promessa de trabalho em conjunto, há pontos de tensão na maneira que republicanos e democratas preferem conduzir a crise.
Integrantes da Casa Branca defendem o corte de impostos e ajuda à indústria, enquanto democratas preferem focar na ajuda aos trabalhadores e prestação de serviço de saúde.
Até o momento, o pacote não inclui esses grandes cortes de impostos que Trump havia pensado em fazer dias atrás.
O presidente afirmou que esse tipo de proposta pode levar algum tempo para surtir efeito e que é preciso ações de resultado mais imediato.
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