Facebook vai restringir o compartilhamento de notícias na Austrália

Medida é retaliação a projeto de lei que tramita no parlamento australiano para obrigar rede social a pagar por notícias

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Washington | AFP

O Facebook informou nesta quarta-feira (17) que vai restringir o compartilhamento de conteúdo de notícias na Austrália, recusando-se a ceder à pressão regulatória que forçaria a rede social a dividir receita com a mídia.

"A lei proposta interpreta mal a relação entre nossa plataforma e a mídia que a usa para compartilhar conteúdo de notícias", disse o gerente do Facebook para a Austrália e Nova Zelândia, William Easton.

Tanto o Facebook quanto o Google já haviam ameaçado suspender seus serviços se um projeto de lei, apresentado no final de julho de 2020, for aplicado da forma que está. Ele obriga Google e Facebook a pagar pelo conteúdo dos meios de comunicação do país.

O governo australiano elabora um código de conduta vinculativo para regulamentar as relações entre a mídia tradicional e as big techs, incluindo Google e Facebook, que têm alta lucratividade com receitas de publicidade.

Esse código de conduta exige que as big techs negociem com cada veículo de imprensa uma remuneração pelo uso de seu conteúdo. Se não houver acordo, será decido por um juiz.

Como resposta ao projeto, o Google lançou, no início de fevereiro, uma plataforma de publicação de notícias pelas quais paga empresas de jornalismo no país.

O Google News Showcase já havia sido lançado, em junho, na Alemanha e no Brasil —onde se chama Destaques. A Folha, entre outros jornais e sites, está na plataforma.

Sete publicações australianas, incluindo o Canberra Times, da capital, serão remuneradas pelo licenciamento das notícias. O Google anunciou que pretende fechar acordos com mais produtores de conteúdo.

Nesta segunda-feira (15), o secretário do Tesouro do país, Josh Frydenberg, disse que os dois gigantes tecnológicos estavam muito próximos de fechar acordos com a mídia australiana.

Em entrevista à emissora australiana ABC, Frydenberg afirmou que que as negociações com os dois grupos "progrediram muito no final de semana".

"Acho que estamos muito perto de acordos comerciais muito importantes", disse o secretário, acrescentando que a lei "vai transformar o cenário da mídia australiana".

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