Descrição de chapéu Financial Times

Spac de Bill Ackman está perto de comprar participação de 10% na Universal

Acordo valorizará a gravadora em cerca de US$ 40 bilhões

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Nova York e Londres | Financial Times

O bilionário dos fundos hedge Bill Ackman está fechando um negócio com o Universal Music Group que veria sua companhia de cheque em branco adquirir uma participação de 10% na gravadora por trás de artistas como Lady Gaga e Cyndi Lauper, disseram pessoas informadas sobre o assunto.

O acordo com a Pershing Square Tontine Holdings, companhia com propósito especial de aquisição (Spac) que bateu recordes com sua listagem de US$ 4 bilhões (R$ 20,2 bilhões) no ano passado, valorizará a Universal em cerca de US$ 40 bilhões (R$ 202,6 bilhões).

Como parte dos planos incomuns, a Vivendi ainda pretende distribuir outras ações da Universal para investidores por meio de uma listagem pública na bolsa Euronext no final deste ano, segundo duas pessoas informadas da situação. A listagem da Spac é vista como um esquema para valorizar a Universal Music antes dessa oferta pública inicial, disse uma dessas pessoas.

O negócio ocorre enquanto a Vivendi tenta espremer dinheiro da Universal Music, seu ativo mais valorizado que se beneficiou do renascimento do setor de música, atraindo investidores.

Bill Ackman, presidente-executivo e gerente de portfólio da Pershing Square, durante conferência em Nova York - Brendan McDermid - 8.mai.17/Reuters

Ackman superou a concorrência da firma de capitais privados Hellman & Friedman, que tinha oferecido comprar uma participação de 10% na Universal com uma avaliação de 30 bilhões de euros (R$ 151,9 bilhões), segundo uma pessoa inteirada da questão.

As ações da companhia de Ackman listada na Bolsa de Nova York caíram até 14% nos negócios pós-pregão, enquanto investidores reagiam negativamente à notícia da transação.

A Spac de Ackman está trabalhando com assessores para finalizar os termos do negócio, o que poderá levar dias ou semanas, segundo fontes informadas.

No mês passado a Vivendi disse que estava considerando vender outros 10% da Universal Music para um investidor americano não identificado. O grupo de mídia francês, controlado pelo bilionário Vincent Bolloré, havia vendido 20% da Universal para a chinesa Tencent.

Ackman sugeriu no mês passado que poderia anunciar um negócio nas semanas seguintes. O investidor disse que estava trabalhando na transação desde o início de novembro, e acrescentou que estava "profundamente envolvido" com "uma grande empresa icônica, fenomenal". Na época, ele que havia muita complexidade envolvida no negócio.

O valor das companhias de música subiu muito nos últimos anos, quando serviços de áudio como Spotify ressuscitaram o setor enfraquecido, enviando bilhões de dólares em pagamentos de royalties para gravadoras como a Universal. Em 2013, o SoftBank se ofereceu para comprar a Universal Music por apenas 6,5 bilhões de libras (R$ 46,6 bilhões).

A Universal, que abriga artistas como The Beatles, Drake e Taylor Swift, é a maior gravadora de música do mundo, com quase 30% de participação no mercado, segundo estimativa da Midia Research.

As Spacs, que levantam dinheiro por meio de uma listagem pública e caçam empresas privadas para abrir seu capital, tornaram-se uma das classes de ativos mais comentadas em Wall Street. Mas o maior escrutínio regulatório e o fraco desempenho reduziram o interesse do investidor, cortando o número de listagens e o volume de transações.

Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves

Ortenca Aliaj , Anna Nicolaou , James Fontanella-Khan e Arash Massoudi

Traduzido originalmente do inglês por Luiz Roberto M. Gonçalves

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