Feiras de negócios tentam voltar com medidas contra aglomeração e podem exigir vacina

Supermercados e setor de eletrônicos, porém, cancelam encontros previstos para este ano

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São Paulo

Quem visitar as feiras de negócios, recém-liberadas em São Paulo, poderá se deparar com novidades como credenciamento online e com totens de autoatendimento para evitar contato, controle do número de participantes, limite de pessoas ao mesmo tempo nos banheiros e até exigência de comprovante de vacinação.

Segundo responsáveis por pavilhões de exposições e promotores de feiras, os stands serão mais abertos e arejados e deverão informar número máximo de pessoas que podem estar ali por vez, para evitar aglomerações.

A distribuição de folders pelos expositores será vetada. Já a entrega de alimentos para degustação só poderá ser feita oferecendo itens embalados, diz Alexandre Marcilio , diretor geral do Transamérica Expo, um dos principais pavilhões de São Paulo

O executivo diz que o espaço deverá receber pelo menos 25 feiras de negócios em 2021 —outras seis estão em negociação.

Cadeiras separadas em pavilhão, para evento-teste  promovido pelo governo do estado de São Paulo para definir os protocolos para a retomada do setor de eventos
Expo retomada, feira de negócios e turismo no Santos Convencion Center - Rubens Cavallari - 21.jul.21/Folhapress

Rico Azeredo, diretor da feira ProWine São Paulo, do setor de vinhos, programada para ocorrer de 5 a 7 de outubro, conta que as cuspideiras usadas nas degustações perderam vez, por causa da pandemia.

Os baldes com funil em cima em que os profissionais cospem a bebida após degustar, inviáveis por causa da Covid-19, deram lugar a copos de papel que serão distribuídos aos participantes. "Estimamos um uso enorme de copos descartáveis, por isso há uma grande logística para recolher e reciclar", diz.

Outra mudança será a instalação de painéis de acrílico para separar os participantes de um fórum do setor que acontece durante a feira. Eles ficarão lado a lado, em mesa de um metro e meio de comprimento, cada um em sua cabine, explica.

Azeredo diz esperar de 3.000 a 4.000 visitantes na feira, enquanto em anos normais eles chegam a ser 5.000. A diferença acontecerá, principalmente, pela ausência de expositores internacionais, diz, ainda com restrições para vir para o Brasil.

Daniel Galante, diretor de operações da GL Events Brasil, responsável pelo São Paulo Expo e pelo Santos Convention Center, diz que entre as regras que serão seguidas na abertura estão a adoção de uma mão única nos corredores do pavilhão para evitar que pessoas se cruzem. O pavilhão também deve usar a captação máxima de ar externo nos aparelhos de refrigeração de ar.

Os visitantes das exposições deverão preencher formulário informando se sentiram algum sintoma nos últimos dias e, dependendo da resposta, terão entrada vetada ou receberão contato da organização do evento para buscar mais informações.

Rolf Pickert, presidente da messe muenchen do Brasil, diz ser provável que seja exigida imunização para as duas feiras que organiza, a Smart.con, do setor de construção, e a M&T Expo, de mineração. Os eventos estão marcados para abril e agosto de 2022.

Pickert diz que os eventos híbridos vieram para ficar. "O online não substitui o presencial, mas amplia a capilaridade do evento", diz.

O executivo afirma que um dos desafios para as empresas do setor é conseguir uma data no calendário dos pavilhões de exposições. Como as agendas de 2020 e 2021 foi comprometida, há uma demanda reprimida de organizadores querendo realizar suas feiras e competindo pelas melhores datas.

César Rissete, gerente de competitividade do Sebrae Nacional, diz que feiras de negócios estão criando versões virtuais dos pavilhões de exposição, nas quais o visitante pode conhecer os stands a partir da internet e entrar em contato online.

A vantagem de adotar o formato híbrido, segundo Rissete, é a possibilidade de que novos relacionamentos entre fornecedores e clientes continuem sendo gerados mesmo após o evento.

Apesar do retorno das feiras estar liberado, preocupações como o avanço da variante Delta ainda deixam o mercado em estado de alerta.

Nesta sexta (20), o Grupo Eletrolar desistiu de realizar presencialmente sua feira do setor de eletroeletrônicos, marcada para outubro no Transamérica, e tornou o evento digital.

Em nota, o grupo disse que o cenário atual impossibilita o varejo regional de viajar a São Paulo para participar presencialmente da feira. Antes da alteração, a previsão era que a feira exigiria comprovante de ao menos uma dose de vacina de todos os seus visitantes.

No mesmo dia, a Apas (Associação Paulista de Supermercados) cancelou a realização de grande evento do setor que aconteceria no Expo Center Norte de 27 a 30 de outubro.

Em comunicado, a entidade afirmou que seria impossível nas condições atuais garantir a geração de negócios e a experiência global que o evento proporciona.

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