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Bolsa inicia semana em queda com preocupações sobre variante ômicron

Países voltam a adotar medidas de restrição e provocam maior aversão ao risco entre os investidores

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São Paulo

Os temores renovados dos investidores em relação aos impactos da nova variante ômicron do coronavírus, em meio a medidas em diversos países para tentar frear a disseminação da doença, dão o tom nas bolsas globais nesta segunda-feira (20).

Na Bolsa de Valores brasileira, a B3, o índice de ações Ibovespa operava com queda de aproximadamente 2,1%, por volta das 12h30, aos 104.971 pontos.

Entre as maiores quedas do dia, estão papéis de empresas mais vulneráveis aos impactos trazidos pela nova variante —as ações da CVC recuavam 5,73%, a R$ 14,32, enquanto as da Azul cediam 2,32%, a R$ 24,83. Pesa ainda de maneira marginal a suspensão das atividades da ITA (Itapemirim Transportes Aéreos), diz Rodrigo Crespi, da Guide Investimentos.

Já o dólar registrava ganhos da ordem de 0,49% frente ao real, negociado a R$ 5,7120 para venda.

Pessoas caminham em frente ao prédio da Bolsa de Valores brasileira, a B3, em São Paulo
Pessoas caminham em frente ao prédio da Bolsa de Valores brasileira, a B3, em São Paulo - Amanda Perobelli - 9.mar.2021/Reuters

O movimento de maior aversão ao risco está alinhado ao observado nos mercados internacionais —na Europa, o índice amplo Euro Stoxx 50 recuava 1,3%, enquanto na Ásia, a Bolsa de Hong Kong teve perdas de 1,9% na sessão.

Nos últimos dias, o combate à pandemia trouxe de volta medidas de restrição impostas pelos governos e, junto com elas, uma piora na percepção do mercado sobre o cenário para 2022.

"Os mercados globais estão abrindo a semana em tom de risk-off [fuga do risco], com investidores de olho na piora do quadro sanitário global, assim como a piora das perspectivas para a aprovação do pacote econômico trilionário do governo Biden nos EUA", aponta a equipe de análise da Guide Investimentos em relatório.

Na Holanda, atividades não essenciais foram fechadas desde domingo (19) para tentar frear o avanço da variante ômicron. "Fechar de novo é inevitável em razão da quinta onda em nossa direção com a variante ômicron", disse o primeiro-ministro Mark Rutte no sábado (18) em entrevista coletiva.

O país, que já havia restringido o horário de funcionamento de lojas e bares, agora adotará uma regra mais dura para lojas, restaurantes, salões de beleza e academias até o dia 14 de janeiro. As escolas permanecerão fechadas até 9 de janeiro.

Já a Alemanha passou a impor a partir desta segunda quarentena obrigatória de duas semanas aos viajantes do Reino Unido, dias depois de a França ter anunciado que vai proibir a maioria das viagens para o Reino Unido ou que cheguem do país, em um momento em que os britânicos batem recorde de infecções pelo coronavírus.

Além disso, a prefeitura de Paris anunciou no sábado o cancelamento dos fogos de artifício e shows que estavam previstos para acontecer nas celebrações de Ano-Novo na avenida Champs Elysées, cartão postal da capital francesa.

Até o Fórum Econômico Mundial foi adiado por causa da variante ômicron. O encontro anual ocorreria entre 17 e 21 de janeiro do próximo ano em Davos, e agora está previsto para o início do verão no hemisfério norte, que começa no final de junho.

Na agenda doméstica, o destaque do dia fica por conta da divulgação do relatório Focus do BC (Banco Central). O mercado reduziu pela décima vez seguida a expectativa para o crescimento da economia brasileira neste ano, ajustando levemente as contas para a inflação.

Segundo a pesquisa, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve crescer 4,58% em 2021, ante a expectativa de alta de 4,65% na semana anterior.

(Com Reuters)

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