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Barkin, do Fed, diz que momento e ritmo de aumentos de juros dependerão da inflação

Presidente regional do banco afirma ainda que escassez de mão de obra nos EUA deve persistir

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Jonnelle Marte
Reuters

O momento e o ritmo dos aumentos das taxas de juros dependerão do que acontece com a inflação e as autoridades do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) podem precisar agir de forma mais agressiva se a alta dos preços permanecer acelerada, disse nesta quinta-feira (13) o presidente do Fed de Richmond, Thomas Barkin.

"Quanto mais perto a inflação voltar a níveis próximos da meta, mais fácil será normalizar os juros a ritmo moderado", disse Barkin em comentários preparados para evento virtual organizado pela Associação de Banqueiros da Virgínia e pela Câmara de Comércio da Virgínia.

"Mas se a inflação permanecer elevada e disseminada precisaríamos adotar a normalização de forma mais agressiva, como fizemos com sucesso no passado."

O presidente do Fed de Richmond, Thomas Barkin, durante conferência de tecnologia em Dallas, Texas, nos Estados Unidos - Ann Saphir - 23.mai.2019/Reuters

Os formuladores de política monetária devem debater estratégias para remover o apoio extraordinário oferecido durante a pandemia em seu próximo encontro, dentro de duas semanas, incluindo possíveis abordagens para aumentar os juros e reduzir o balanço do Fed de mais de US$ 8 trilhões em títulos.

Várias autoridades do banco central disseram nos últimos dias que apoiariam pelo menos três elevações de juros em 2022, a partir de março, se a economia permanecer na trajetória atual.

Escassez de trabalhadores é parte de fenômeno duradouro

Barkin disse que a escassez de mão de obra, a qual tem dificultado para as empresas encontrar trabalhadores necessários, pode persistir devido a tendências de longa data na demografia e a desafios relacionados à pandemia.

O integrante do Fed disse ter esperado que o mercado de trabalho registrasse mais crescimento no outono passado (nos EUA), à medida que mais empresas reabriram, mas, em vez disso, a participação da força de trabalho está "basicamente estagnada", algo que os formuladores de política monetária podem precisar aceitar.

"Eu acho que este é um fenômeno de longa duração e muito disso foi previsto há anos com a aposentadoria dos 'baby boomers', e todo o resto disso, e a desaceleração da imigração ", disse Barkin.

Ele disse que autoridades podem precisar aceitar que a participação na força de trabalho está "estagnada" por causa de questões demográficas e porque algumas pessoas têm reavaliado suas vidas e trabalhos.

Questionado sobre o trabalho do Fed com relação a uma possível moeda digital do banco central, Barkin disse que um modelo no qual os indivíduos poderiam manter depósitos no Fed não seria uma boa opção nos EUA e poderia levantar preocupações de privacidade.

"Você precisa pensar muito sobre qual pode ser o caso de uso das moedas digitais", disse Barkin. O presidente do Fed, Jerome Powell, disse na terça-feira que o documento de discussão da instituição sobre moedas digitais será divulgado nas próximas semanas.​

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