Empresas ampliam suspensão de cruzeiros após surtos de Covid-19

Associação estende paralisação até fevereiro; setor quer discutir medidas para eventual retomada

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Rio de Janeiro

Empresas de cruzeiros decidiram ampliar, até o dia 4 de fevereiro, a suspensão voluntária das operações nos portos do país, afirmou nesta quinta-feira (13) a Clia Brasil (Associação Brasileira de Navios de Cruzeiros).

O anúncio ocorre após o registro de surtos de Covid-19 em embarcações entre o final de 2021 e o começo de 2022.

Em 3 de janeiro, a associação havia anunciado a suspensão dos cruzeiros até o dia 21 deste mês, prazo que agora foi ampliado até fevereiro.

Na quarta-feira (12), véspera do anúncio da Clia Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) recomendou ao governo federal o fim da temporada de navios de cruzeiros.

Foram confirmados ao menos 68 casos de Covid-19 no cruzeiro Costa Diadema
Cruzeiro Costa Diadema, que teve casos de Covid-19 confirmados - Divulgação

Em nota técnica enviada ao Ministério da Saúde e à Casa Civil, a agência citou o avanço dos casos de coronavírus, impulsionados pela variante ômicron, e disse que "o cenário atual é desfavorável à continuidade das operações".

A Clia Brasil afirma que decidiu ampliar o prazo de suspensão de forma voluntária para discutir com autoridades possíveis medidas que viabilizem a retomada dos cruzeiros.

O governo, por sua vez, ainda não tomou uma decisão definitiva sobre a autorização dos embarques. A temporada 2021-2022 começou em novembro, e o término foi agendado para abril.

"Em respeito às conversas em andamento para alcançar o alinhamento com as autoridades competentes, a Clia Brasil (Associação Brasileira de Navios de Cruzeiros) e seus associados tomaram a decisão de extensão do prazo de suspensão voluntária das operações nos portos do Brasil, prevista agora até o dia 4 de fevereiro de 2022", aponta a entidade.

Na nota técnica, a Anvisa afirma que foram detectados 1.177 casos da Covid entre tripulantes e passageiros de cinco navios que operaram no Brasil até a primeira semana de janeiro. Do total de infecções, 1.146 foram confirmadas apenas de 26 de dezembro a 6 de janeiro.

Nesta quinta, a Clia Brasil afirmou que o setor segue protocolos sanitários. "Os cruzeiros são o único segmento que exige, antes do embarque para passageiros e tripulantes, níveis extremamente altos de vacinação e 100% de testes de cada indivíduo", diz.

"No Brasil, os protocolos exigem que todos os hóspedes estejam com o ciclo vacinal completo, apresentem testes negativos antes do embarque, testagem contínua a bordo, uso de máscaras, distanciamento social e menor ocupação dos navios, entre outros protocolos", completa.

Na primeira semana de 2022, passageiros de cruzeiros que tiveram operações interrompidas relataram nas redes sociais que receberam pouca assistência durante o isolamento nas embarcações. Eles narraram problemas como baixa oferta de comida, falta de limpeza e dificuldade de obter atendimento médico.

"Os cruzeiros são o único setor que monitora, coleta e relata continuamente informações de casos diretamente aos orgãos governamentais", diz a Clia.

Segundo a associação, a temporada atual tinha previsão de movimentar mais de 360 mil turistas, com impacto de R$ 1,7 bilhão, além da geração de 24 mil empregos.

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