Redes de supermercados na Rússia estabelecem racionamento

Governo afirmou que produtos foram comprados de maneira repentina e em larga escala

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Moscou | AFP

A Rússia expressou preocupação com o surgimento de um mercado clandestino de produtores de alimentos após as sanções impostas pelos países ocidentais em represália à invasão da Ucrânia.

"As maiores redes de supermercados federais e regionais decidiram minimizar o risco de compra por revendedores de produtos básicos", afirmou o ministério do Comércio e Indústria da Rússia em um comunicado divulgado no sábado.

"Em várias regiões (...) estes produtos foram comprados de maneira repentina e em larga escala, mais do que o necessário para uso pessoal e com o objetivo de revenda", acrescentou o ministério.

Frutas em supermercado de Moscou, em dezembro - Kirill Kudryavtsev - 15.dez.2021/AFP

Para evitar que essa prática aumente, as grandes cadeias de varejo estabeleceram restrições de quantidade comprada por indivíduo.

A Rússia também pode limitar os preços de cerca de vinte alimentos básicos, como carne, peixe, leite, farinha ou açúcar, para evitar a inflação. Mas, por enquanto, o governo não se pronunciou a favor dessa medida.

Segundo empresários, o aumento dos preços já é uma realidade, ainda que não haja dados estatísticos que reflitam a inflação.

Em declarações ao jornal russo Kommersant, líderes do setor de bares e restaurantes lamentaram o aumento de preços por seus fornecedores, e planejam se reunir com o prefeito de Moscou na quarta-feira (9).

O Banco Central russo também proibiu às entidades financeiras que não publiquem seus balanços a partir do mês de fevereiro, medida tomada para "limitar os riscos das entidades de crédito ante as sanções".

As sanções econômicas contra a Rússia provocaram a desvalorização do rublo e a saída do mercado de vários fornecedores estrangeiros, o que pode aumentar a inflação e o risco de escassez. A classe média do país já sente efeitos das medidas.

A moeda local encerrou a semana a 115 por dólar nas negociações em Moscou, ante 83 por dólar na sexta-feira passada, uma queda superior a 20%. Contra o euro, fechou pouco abaixo de 119 por euro, ante 93 por euro no fim da semana passada. A moeda atingiu mínima recorde em relação à divisa norte-americana na quinta-feira (3) e ao euro nesta sexta-feira (3).

Além de sanções dos governos, empresas tem cortado relações com a Rússia. Já são mais de 60 as que fecharam operações locais, suspenderam negociações com companhias russas ou anunciaram a retirada de investimentos diretos no país.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.