Esta é a edição da newsletter FolhaMercado desta segunda-feira (16). Quer recebê-la de segunda a sexta, às 7h, no seu email? Inscreva-se abaixo.
Roubaram meu celular, e agora?
Crime cada vez mais comum em grandes cidades, o roubo de celular com o objetivo de invadir e limpar as contas bancárias das vítimas pode deixar prejuízos bem maiores do que a perda do aparelho.
Entenda: esse tipo de delito costuma ocorrer com os chamados "botes", quando os celulares são arrancados da mão de uma vítima que geralmente está distraída e com o aparelho desbloqueado.
- Eles então transferem uma alta quantia em dinheiro, além de fazer compras, empréstimos e pagamentos de contas usando o nome da vítima.
- Mas há situações em que os criminosos conseguem desbloquear o aparelho. A explosão desse tipo de crime em São Paulo veio à tona a partir de diversas reportagens da Folha no ano passado.
Como se proteger: o dono do celular deve aumentar a proteção geral do aparelho e dificultar o acesso a aplicativos e informações sensíveis.
- Além das conhecidas recomendações sobre usar diferentes senhas e não ter no aparelho imagens de cartão de crédito e outros documentos, a pessoa pode ainda diminuir o tempo de bloqueio de tela e ativar a senha do seu chip, que deverá ser inserida toda vez que ele for colocado em um novo celular.
- Clique aqui e veja outras dicas.
O que fazer depois de ser roubado: nesse caso, agilidade é fundamental para diminuir o prejuízo. As três principais recomendações são:
- Apague dados e aplicativos de forma remota.
- Faça o bloqueio da linha telefônica e avise seu banco.
- Registre um boletim de ocorrência.
- Veja outras dicas aqui.
E se o banco não devolver o dinheiro transferido? A orientação do Banco Central ao cidadão é procurar o Procon ou a Justiça. Também é possível registrar uma reclamação no BC contra o banco.
Novela longe do fim
Por que Elon Musk decidiu suspender a compra do Twitter?
A decisão foi baseada em preocupações sobre o negócio, uma estratégia para ganhar tempo para conseguir financiamento ou com o objetivo de rediscutir os termos? Foi só mais um jeito do bilionário chamar a atenção?
Pode ser tudo isso ao mesmo tempo. Ou nada disso.
Entenda: a razão alegada por Musk para suspender a oferta foi de que a plataforma poderia ter mais do que os 5% de contas falsas/spam declarados pelo Twitter.
- O fim dos bots (robôs) foi uma das primeiras promessas feitas pelo bilionário quando anunciou sua oferta.
Como os analistas veem a movimentação de Musk:
Renegociar a oferta: desde que anunciou a proposta de compra, por US$ 54,20 por ação, os papéis de tecnologia caíram bastante, e Musk ainda viu seu patrimônio ser reduzido com o recuo da Tesla.
- O bilionário pode usar essa discrepância no percentual de bots para tentar um preço melhor –ou até desistir da compra. A rescisão da oferta é estimada em US$ 1 bilhão.
Tempo para financiamento: com o objetivo de comprometer um percentual menor de sua posição na Tesla e até aliviar a quantia que ele terá de pagar do bolso, o sul-africano corre contra o tempo e tem recorrido a grandes fundos e a seus amigos para rachar a conta da operação.
Mais uma lacrada? Não seria a primeira vez que Musk faria uma postagem que influenciasse o mercado e depois voltasse atrás. O caso mais notório foi de quando disse que estava pensando em tirar a Tesla da Bolsa, em 2018.
Por que importa: em termos de negócio, um percentual grande de perfis falsos é preocupante, porque afeta o número de usuários ativos diários, métrica usada pelas empresas para pagarem por anúncios nas plataformas.
Mais sobre Musk-Twitter:
- Bilionário entrou em uma fria, afirma o colunista Ronaldo Lemos.
- Musk diz que equipe jurídica do Twitter o acusou de violar acordo de confidencialidade.
- Elon Musk revela seus planos para Twitter, Tesla e SpaceX em entrevista ao Financial Times.
Fiagros atraem investidores
A escalada da Selic e o cenário global de alta nos preços das commodities levaram os Fiagros (Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais) a atraírem cerca de 51,6 mil investidores em pouco mais de seis meses.
Os recursos sob gestão estão na casa dos R$ 3 bilhões.
Entenda: o objetivo desses fundos é permitir que produtores rurais possam captar recursos sem ter de recorrer a financiamentos públicos ou aos grandes bancos privados.
- Eles investem em culturas diversas do setor agro, com um olhar mais voltado neste momento para soja, milho, açúcar e etanol.
- Do lado do investidor, os retornos prometidos são de 3% ao ano acima do CDI –que tem forte relação com a taxa Selic. Há também a vantagem de os rendimentos serem isentos de IR (Imposto de Renda).
Existem três tipos de Fiagros no Brasil, e são 23 listados na Bolsa:
- A maior parte (21 deles) é de Fiagros Fundos Imobiliários, que investem em CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio). Eles são os mais conhecidos por seguirem as regras dos FIIs (fundos de investimentos imobiliários).
- Há ainda dois listados que seguem FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios). A legislação também permite Fiagros do tipo FIP (Fundos de Investimento em Participação), que têm a prerrogativa de investir em ativos reais, como fazendas e florestas.
- Esses dois tipos são apenas para investidores com mais de R$ 1 milhão em aplicações financeiras.
Startups apostam em IA
Boa parte da rotina das pessoas é guiada por algoritmos, em especial daquelas que passam mais tempo conectadas. Esses mecanismos são a base da IA (inteligência artificial), ferramenta cada vez mais desenvolvida e demandada pelo mercado.
Entenda: baseada em algoritmos, a IA tenta imitar ou reproduzir a inteligência humana e nosso processo de aprendizagem. O objetivo é completar tarefas, automatizar processos ou aprender e reproduzir raciocínios lógicos. Ela se divide em duas formas:
-
A inteligência artificial forte tem a capacidade de entender ou aprender qualquer habilidade, assim como o ser humano. Ela ainda não existe, e é apenas representada em filmes de ficção científica.
-
A inteligência artificial fraca é a usada atualmente. Ela é capaz de aprender habilidades para um uso específico.
No que é usada: no Brasil, grandes empresas de tecnologia e startups têm tomado a dianteira no desenvolvimento de processos em IA.
- As novatas usam essa ferramenta para prever quando uma máquina industrial está prestes a quebrar ou para criar um "índice de felicidade" dos funcionários de uma empresa, por exemplo. Conheça como esses processos funcionam aqui.
- Exemplos de gigantes com modelo baseado em IA são o app de trânsito Waze, a Netflix e até os aspirados robôs –que viraram febre na pandemia.
Mais sobre inteligência artificial:
- Função do algoritmo é discriminar, cabe aos humanos debate moral, diz socióloga.
- Brasil perde talentos em inteligência artificial.
- Marco legal da inteligência artificial deve proteger pessoas, diz relatora.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.