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TC acusa Empiricus de manipulação de mercado
Um vídeo que passou a circular em grupos de WhatsApp do mercado em 28 de junho acusa o TC (ex-Traders Club) de cometer crimes contra o mercado financeiro. Na sequência, as ações da companhia despencaram e acumulam queda de 45% desde então.
Agora, o presidente do TC, Pedro Albuquerque, diz à Folha que a rival Empiricus é a responsável pela produção e que o objetivo dela é destruir sua empresa e obter lucros.
Procurada pela Folha, a Empiricus disse que não comentaria.
Entenda o caso: o vídeo mostra uma mulher com maquiagem de palhaço dizendo que o TC manipula ações negociadas na Bolsa.
- Sem apresentar provas, ela fala em 17 supostos casos de assédio e pergunta se é verdade que houve um estupro coletivo de uma ex-colaboradora na sede da empresa. Segundo o TC, as insinuações são mentirosas.
- Empiricus e TC atuam no segmento de informações e análises aos investidores pessoa física, perfil que cresceu de participação na Bolsa com o último ciclo de queda da Selic.
O que acusa o TC: Albuquerque cita uma posição vendida (que gera retorno quando o preço da ação cai) de uma gestora da Empiricus para afirmar que ela manipula o mercado ao induzir investidores a vender a ação e, assim, obter lucros.
- No ano passado, a casa de análise havia indicado a venda das ações do TC aos seus clientes, o que também foi motivo de reclamação dos sócios do TC.
- Albuquerque afirmou ter recebido arquivos que indicam o envolvimento da Empiricus no vídeo e que apontam que ela planejava conciliar a divulgação de um segundo vídeo com uma aposta milionária na queda das ações do TC.
- Ele disse que encaminhará os arquivos à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e à PF, a quem o TC havia feito pedido de investigação sobre a autoria do vídeo.
Google e Microsoft sentem sinais da desaceleração
Google e Microsoft registraram resultados mornos no segundo trimestre, com o cenário de desaceleração global freando o ímpeto dos anunciantes e desacelerando as vendas.
A Alphabet (dona do Google) viu sua receita crescer 13% de abril a junho, mas foi o ritmo mais lento de avanço para o período desde 2020, quando a pandemia atingiu em cheio os negócios.
- As receitas com anúncios do Youtube e da busca do Google registraram tímida alta, num sinal de como os anunciantes colocaram o pé no freio diante de um temor de recessão à frente.
- O mercado já estava atento a esse diagnóstico desde os resultados negativos de Twitter e Snap, na semana passada.
A Microsoft também viu seus lucros registrarem a menor alta em dois anos. Eles foram impactados por uma queda na receita com videogames —área em que investe pesado– e pela valorização do dólar diante de outras moedas.
- O câmbio prejudicou os números da big techs porque metade de sua receita vem de fora dos EUA.
- Seu negócio de computação em nuvem, chamado de Azure, registrou o melhor resultado da história, ainda que tenha desacelerado o crescimento em relação aos trimestres anteriores.
No Brasil: enquanto os balanços mais aguardados ainda estão por vir, o mercado está em compasso de espera ao anúncio do Fed desta quarta, que deve trazer nova alta de 0,75 ponto percentual nos juros nos EUA.
Prévia da inflação mostra refresco
O IPCA-15 (prévia da inflação) desacelerou bem em julho, para uma alta de 0,13%, segundo divulgou o IBGE nesta terça. É o menor avanço do índice desde junho de 2020.
Em números: o resultado veio abaixo da projeção do mercado, que era de 0,17%. Em 12 meses, a alta chegou a 11,39%.
O que explica: o índice reflete os efeitos do teto do ICMS para combustíveis e energia, que reduziu a alíquota do imposto estadual para esses itens para cerca de 17%.
- As maiores quedas vieram dos grupos Transportes (-1,08%) e Habitação (-0,78%), que contribuíram com -0,36 ponto percentual no índice do mês.
- No período medido pelo IPCA-15 –que não considera o reajuste recente da Petrobras–, os preços da gasolina caíram 5,01%, e os do etanol, 8,16%. A energia elétrica residencial teve queda de 4,61%.
Puxou a alta: o grupo alimentação e bebidas segue pressionando o índice de preços. Na prévia da inflação de julho, subiu 1,16% e teve o maior impacto.
- Destaque para o leite longa vida, que disparou 22,27%.
R$ 10 mil pelo selo azul
Gamers europeus e americanos chegam a pagar até US$ 2.000 (cerca de R$ 10,9 mil) pelo selo azul do Twitter, que identifica contas de usuários verificados.
A ideia é usar a credibilidade do atestado para compartilhar anúncios de games NFT (tokens não-fungíveis).
Entenda: o selo é destinado para usuários que atuem no governo, em veículos de comunicação, empresas e organizações, ou para quem é ativista ou um indivíduo influente para os padrões da rede social.
- Para obtê-lo, é preciso comprovar uma dessas atuações. O Twitter diz que não vende o selo.
Por que querem comprar? Além de adquirir uma conta com um selo, os usuários negociam pacotes de seguidores e likes, impulsionando artificialmente o perfil.
- Isso tudo para dar uma ideia de credibilidade e influência para os anúncios de jogos NFT, que, como a Folha já mostrou, acabam sendo tão arriscados quanto as operações day trade.
Fazendas de clique: a comercialização de perfis com selos de verificação é uma novidade em um mercado cada vez mais escancarado na internet, que envolve compra de curtidas, comentários e seguidores.
- A Folha mostrou recentemente como uma multidão de brasileiros passa os dias seguindo, comentando e curtindo perfis de desconhecidos por milésimos de real. Eles são a mão de obra das fazendas de clique.
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