Fundo árabe faz oferta por Burger King Brasil, 5G em São Paulo e o que importa no mercado

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Fundo árabe quer comprar BK

A Zamp (ex-BK Brasil), grupo responsável pelas operações do Burger King e do Popeyes no país, anunciou nesta segunda (1º) ter recebido uma proposta do fundo árabe Mubadala Capital, que quer assumir o controle da companhia.

A compra de 45,15% das ações seria feito via OPA (oferta pública voluntária para aquisição do controle da companhia). O conselho de administração da Zamp disse que divulgará parecer sobre a oferta em até 15 dias.

A proposta: a MC Brazil F&B Participações S.A, controlada pelo fundo árabe, ofereceu R$7,55 por ação, numa operação de R$938,6 milhões.

  • Como já possui 4,95% do capital da empresa, o fundo assumiria o controle da Zamp caso a compra de 45,15% das ações fosse bem sucedida.
  • A oferta representa um prêmio de 21,6% sobre o preço de fechamento das ações na última sexta (29). Após a valorização de 18% nesta segunda, os papéis encerraram o pregão em R$ 7,39.
Logotipo do Burger King perto da banderia brasileira em uma loja da rede em São Paulo
Logotipo do Burger King perto da banderia brasileira em uma loja da rede em São Paulo - Paulo Whitaker - 3.set.2010/Reuters

Não é a primeira vez: o Burger King esteve envolvido recentemente em outra oferta acionária . Em julho do ano passado, a rede anunciou a intenção de se unir à rede Domino's no Brasil.

  • A operação seria feita via troca de ações e na época avaliava o "rei do hambúguer" em R$ 11,12 por ação –valor superior à oferta do Mubadala.

O Mubadala Capital, braço de gestão de ativos do fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos, administra US$ 284 bilhões (R$ 1,46 trilhão) ao redor do mundo.


5G em SP

Após uma força-tarefa na semana passada, as operadoras conseguiram convencer a Anatel a liberar o sinal 5G na capital paulista a partir desta quinta (4).

O que mudou: a cidade não estava cotada entre as próximas para receber o aval, mas as teles concentraram os esforços para "limpar" a faixa de 3,5 GHz, frequência do 5G, com instalação de filtros nas antenas parabólicas e de celular.

O procedimento é necessário para evitar interferências.



Os detalhes: foram instaladas 890 antenas, o dobro do mínimo exigido pela Anatel. A cobertura está concentrada no centro expandido, entre as marginais Tietê e Pinheiros, e pega também uma parte da zona oeste e o início da zona sul

  • A área de maior concentração de antenas é também onde há mais prédios empresariais, polos de empregos e famílias com maior poder aquisitivo.

Entraves desaceleram o 5G no Brasil: a Folha mostrou na semana passada como a falta de chips e de dispositivos atualizados para o 5G "puro" reduzem o potencial da chegada da novidade aos brasileiros.

  • Veja aqui quais celulares são compatíveis, se é preciso trocar de chip e outras dúvidas acerca da tecnologia de quinta geração.

As próximas da lista: Goiânia, Salvador, Curitiba e Rio de Janeiro devem vir na sequência. A estreia foi em Brasília, e na última sexta o serviço foi expandido para Belo Horizonte, Porto Alegre e João Pessoa.

Análise | Luca Belli: o que é o 5G e por que precisamos ser mais objetivos sobre sua 'chegada'.


Amazon nas favelas

A Amazon é a mais nova gigante do ecommerce nacional a ampliar sua presença em favelas do Brasil.

A estreia do novo modelo foi feita em Paraisópolis, segunda maior favela da cidade de São Paulo, local que é palco de iniciativas semelhantes.

Como funciona: a Amazon fará entregas, inclusive aos domingos e feriados, em parceria com a Favela Llog.

  • A startup é uma joint venture da Holding de Favelas com a Luft Logistics e está presente em 100 favelas e 10 bairros do Rio de Janeiro, onde já realiza entregas da Natura e da P&G.
  • As encomendas da Amazon chegarão às casas de Paraisópolis por entregadores que moram no local.

Por que importa? Iniciativas como essa podem contribuir para reduzir uma desigualdade que ficou escancarada com a digitalização provocada pela pandemia: o "preconceito de CEP".

  • Ele é caracterizado pelos obstáculos enfrentados por quem mora na periferia e tem dificuldade para receber encomendas em casa.

Outros projetos: Paraisópolis também abriga um projeto feito em parceria entre Google, Americanas e a startup de entregas Favelas Brasil Xpress.

  • A big tech usou o seu Plus Code, um código universal que resume coordenadas com grande precisão, para cadastrar endereços digitais de mais de 100 mil moradores da favela.
  • A Americanas integrou a tecnologia em sua plataforma de ecommerce e encaminha as entregas via Favelas Brasil Xpress.

Deflação da carne de porco

Em época de vacas magras no orçamento dos brasileiros, os preços da carne de porco podem servir como um alívio para o impacto da inflação no bolso dos consumidores.

Em números: no acumulado de 12 meses até junho, os preços do produto registraram queda de 5,21%, de acordo com o IBGE. É a maior baixa entre os 18 cortes que compõem a variação das carnes no IPCA.

O que explica:

  • China: o país vinha importando mais carne de porco brasileira enquanto os produtores locais tinham problemas com a peste suína africana. Agora, os rebanhos parecem se normalizar e as embarcações rumo à Ásia diminuíram.
  • Aumento da produção: essa demanda chinesa nos últimos anos pressionou o preço do porco e incentivou mais gente a entrar no jogo. Hoje, o abate de suínos bate recorde, mas não há quem compre.

Alternativa barata: o brasileiro não é tão fã da carne de porco como são os chineses. Aqui, ela ainda fica atrás das proteínas do frango e do boi.

  • O cenário pode mudar ao menos em parte com a carestia das outras carnes, cujos preços chegam a registrar dois dígitos de valorização em 12 meses.

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